Amichai Chikli se opõe à saída do país do corredor da Filadélfia, na fronteira entre Egito e Gaza
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Um ministro do partido de direita Likud, liderado pelo primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, ameaçou renunciar se o país se retirar do corredor de Filadélfia, conforme descrito na primeira fase do acordo de cessar-fogo.
Amichai Chikli, ministro da Diáspora e Combate ao Antissemitismo, é o primeiro membro do partido Likud a ameaçar renunciar por causa dos detalhes do acordo.
O ministro citou a retirada de Israel do corredor de Filadélfia, nome dado à estreita faixa de terra ao longo da fronteira Egito-Gaza, como a principal razão por trás de seu anúncio. O corredor se mostrou um ponto de discórdia nas negociações de cessar-fogo.
“Eu me comprometo que se, Deus me livre, houver uma retirada do Eixo de Filadélfia (antes que os objetivos da guerra sejam alcançados), ou se não retornarmos à luta para completar os objetivos da guerra, renunciarei ao meu cargo como ministro do governo”, afirmou Chikli em uma postagem nas redes sociais nesta quinta-feira (16).
Embora Chikli seja o primeiro ministro do Likud a ameaçar oficialmente sua renúncia, ele não poderá votar no acordo. O gabinete israelense deve se reunir na sexta-feira (17) de manhã para aprovar o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, de acordo com uma autoridade israelense.
Na quinta-feira anterior, o Partido Sionista Religioso de extrema-direita do Ministro das Finanças israelense Bezalel Smotrich também ameaçou deixar o governo se o primeiro-ministro não retornar à guerra em Gaza após a primeira fase de um acordo de cessar-fogo-reféns.
A ação do partido, que ocupa uma posição-chave na coalizão governamental de Netanyahu, pode ser o catalisador que leva o primeiro-ministro a perder sua maioria. Se o primeiro-ministro ceder às exigências do partido, o acordo de cessar-fogo pode entrar em colapso antes de entrar em vigor no domingo.
O acordo será implementado em três fases, sendo que a primeira teria duração de 42 dias. Segundo o primeiro-ministro do Catar, ele terá início no dia 19 de janeiro.
Na primeira, seriam libertados 33 reféns mantidos pelo Hamas e seus aliados desde 7 de outubro de 2023. Em troca, Israel libertaria “muitas centenas” de prisioneiros palestinos. A Suprema Corte do país ouvirá petições de qualquer um que se oponha à libertação de prisioneiros palestinos.
Israel acredita que a maioria dos 33 reféns a serem libertados na primeira fase do acordo ainda estão vivos.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.
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