Setor de café, por exemplo, se reuniu virtualmente com Departamento de Estado na última semana e espera ter encontro presencial em Washington Macroeconomia, CNN Brasil Money, Donald Trump, Estados Unidos, EUA, Investigação, tarifaço, Tarifaço EUA, tarifaço Trump, tarifas comerciais, tarifas de Trump, Trump CNN Brasil
Os empresários brasileiros que vão aos Estados Unidos no início do próximo mês miram participar da audiência da investigação do USTR (Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos) contra o Brasil e contatar presencialmente autoridades do governo americano.
A viagem está marcada para os dias 3 e 4 de setembro e contará com representantes de uma série de segmentos da economia brasileira — do agro à indústria. O objetivo da missão é tratar das tarifas de 50% impostas a uma série de produtos brasileiros.
Parte dos executivos miram participar da audiência do USTR, que acontece no dia 3 de setembro. Essa investigação é tida como a tentativa de o governo americano dar base mais sólida ao tarifaço. A apuração acontece em seis frentes e mira temas como etanol, tarifas preferenciais, etanol e até o Pix.
Executivos como Marcos Mattos, diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) e uma série de outros estão inscritos para a audiência e farão parte da comitiva.
Além disso, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), os executivos encontrarão, durante a visita, escritórios de advocacia e lobby, lideranças da US Chamber of Commerce, maior entidade empresarial dos EUA, e até autoridades do governo americano.
Não há detalhes sobre quais autoridades serão contatadas — mas o contato com o governo norte-americano ganha contornos de relevância à medida mesmo a diplomacia brasileira encontra obstáculos ao tentar abrir canais com comandados de Donald Trump.
Marcos Mattos, do Cecafé, disse à CNN que na última sexta-feira (15) o setor dialogou virtualmente com membros do Departamento de Estado americano. A ideia é dar continuidade aos contatos, desta vez presencialmente em Washington.
“A expectativa é muito positiva. O diálogo já está aberto, queremos levá-lo ao nível presencial agora […] Para os Estados Unidos, o Brasil é uma solução para a questão da inflação, para os preços do café, que é consumido por 76% dos americanos”, disse.
Segundo Fernando Pimentel, diretor superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), que também estará representada na viagem, um dos principais objetivos da viagem é sinalizar ao governo, aos empresários e ao público americano a “boa vontade” do Brasil em negociar.
“Nosso objetivo é sensibilizar, mostrar que somos um parceiro correto, adequado, que tem até déficit comercial com os Estados Unidos”
Estratégias dos empresários
Uma das principais estratégias dos empresários na viagem será buscar novas exceções às taxas, ampliando o rol de produtos com alíquotas reduzidas.
Além da defesa comercial, o setor industrial levará propostas alinhadas aos interesses dos EUA, como parcerias para produção de SAF (combustível sintético de aviação) e etanol, instalação de data centers no Brasil e exploração de minerais de terras raras.
A comitiva contará com associações setoriais, federações estaduais e grandes empresas do setor (confira relação abaixo). A defesa do Brasil será conduzida em Washington por Roberto Azevêdo, em articulação com escritórios especializados em lobby e com o apoio da embaixada, segundo a CNI.
Azevêdo é diplomata de carreira e é considerado um dos maiores negociadores comerciais do mundo. Como diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), ele já negociou diretamente com Donald Trump no primeiro mandato do americano e chegou a ser contratado pelo setor privado para atuar no tarifaço atual.
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