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Moluscos da Gâmbia trazidos ao Brasil para pesquisa são incinerados 

Última atualização: 11 de junho de 2025 13:28
Published 11 de junho de 2025
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Segundo o professor Luiz Ricardo Simone, líder e pesquisador da USP, as amostras foram destruídas antes da conclusão da análise da documentação  Brasil CNN Brasil

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A incineração de amostras biológicas coletadas por uma equipe de pesquisadores brasileiros durante uma expedição científica na Gâmbia, na costa atlântica da África, gerou forte reação da comunidade científica nacional.

O material, essencial para o desenvolvimento de projetos financiados por agências públicas, foi destruído por ordem de fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, no dia 20 de maio de 2025.

A CNN entrou em contato com o ministério para esclarecimentos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Liderada pelo professor Luiz Ricardo Simone, do Museu de Zoologia da USP, a equipe passou 17 dias em campo para coletar moluscos marinhos e terrestres — como bivalves, gastrópodes e cefalópodes — de uma fauna considerada irmã da brasileira, em razão do antigo elo geológico entre América do Sul e África.

O material visava alimentar três projetos de pesquisa, quatro teses de doutorado e ao menos cinco artigos científicos em andamento. O prejuízo direto é estimado em R$ 120 mil, com financiamento da Fapesp, CNPq e da própria USP.

Segundo relato do Dr. Luiz Ricardo, a equipe desembarcou em Guarulhos no dia 19 de maio, após mais de 25 horas de voo. Na alfândega, os volumes com os espécimes despertaram a atenção da Receita Federal e foram submetidos à inspeção.

Apesar dos apelos do pesquisador sobre o risco de deterioração ao expor o material ao ar livre — anteriormente preservado em álcool e embalado em sacos herméticos — os agentes retiraram as amostras das embalagens.


Imagem mostra os pesquisadores no mar de Gâmbia coletando os moluscos e concha
Pesquisadores brasileiros têm amostras de moluscos e conchas que haviam coletado em Gâmbia, na África, incineradas • Divulgação

Após cerca de 90 minutos, fiscais do Ibama foram acionados. Segundo o Instituto, a documentação apresentada estava em ordem, já que o órgão não exige licença de importação para moluscos não listados na CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna em Perigo de Extinção).

“O Ibama apenas notificou o pesquisador para apresentar, em até 10 dias, os documentos que comprovassem as espécies envolvidas. A destruição do material não foi realizada pelo instituto”, afirmou o órgão em nota.

A situação, no entanto, se agravou com a chegada de uma fiscal do Mapa. A agente, segundo os relatos, exigiu guias de importação e certificados sanitários tanto do Brasil quanto do país de origem — exigências consideradas indevidas pelos pesquisadores com base na Instrução Normativa Interministerial, que dispensa esse tipo de documentação para material com fins científicos.

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Apesar dos argumentos e da tentativa de diálogo com outro agente do ministério, o material foi retido e armazenado em temperatura ambiente, fora do conservante necessário.

A equipe foi orientada a comparecer no dia seguinte à sede do Mapa, onde, após análise detalhada da documentação por uma fiscal, foi constatado que “não havia irregularidade” e que a exigência anterior havia sido um equívoco. Ainda assim, foi informado que as amostras já haviam sido incineradas sob alegação de que estariam “exalando cheiro”.

“Quando ela voltou, com um semblante estranho, falou uma coisa que me destruiu: o material já foi incinerado”, relatou o professor Luiz Ricardo.

“Fiz de tudo para levar esse material ao Brasil, entrei em manguezais, me feri, tudo por uma pesquisa que agora virou fumaça”, completou.


Imagem mostra os pesquisadores no mar de Gâmbia coletando os moluscos e concha
Segundo o pesquisador, as amostram de moluscos precisavam ser armazenadas em álcool para permanecerem preservadas • Divulgação

A destruição ocorreu antes mesmo da análise definitiva da documentação e sem qualquer nova consulta aos pesquisadores. Em nota oficial, o Museu de Zoologia da USP classificou o episódio como “de extrema gravidade” e pediu o apoio institucional das sociedades científicas para que a situação não se repita.

A bióloga Lenita de Freitas Tallarico, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Malacologia, também se manifestou: “Esses moluscos eram peças-chave para resolver lacunas no conhecimento. A ciência brasileira não pode ser tratada como crime. Exigimos responsabilização e revisão urgente dos protocolos de fiscalização.”

A nota do museu ressalta que o material perdido era insubstituível, dada a dificuldade de acesso a regiões costeiras africanas e o valor biológico das espécies coletadas.
A expedição tinha como objetivo comprovar, por meio de análises anatômicas e genéticas, que determinadas espécies africanas são distintas das brasileiras, contrariando hipóteses ainda vigentes sobre sua equivalência.

Os pesquisadores cobram a apuração dos responsáveis, a revisão dos procedimentos de controle sanitário e a criação de garantias legais para proteger atividades científicas de novas arbitrariedades. O episódio, segundo eles, representa um risco à integridade da pesquisa nacional e à colaboração científica internacional.

*Sob supervisão de Felipe Andrade

 

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