De acordo com o ministro do STF, comunicado tinha intuito de “manter a chama do discurso das fraudes das eleições” e impedir a posse do presidente e do vice-presidente eleitos Política, -agencia-cnn-, Alexandre de Moraes, Julgamento Bolsonaro, STF (Supremo Tribunal Federal) CNN Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta terça-feira (9), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) determinou que o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, produzisse uma nota “criminosa” após o resultado da eleição presidencial de 2022.
“O réu Jair Messias Bolsonaro determinou ao réu Paulo Sérgio Nogueira que emitisse uma nota. Uma das mais esdrúxulas notas, vergonhosas notas que um ministro da Defesa do Brasil pode ter emitido, uma nota contra… Tentando disfarçar a própria conclusão das Forças Armadas. Veja… E por que isso? Para manter a chama do discurso das fraudes das eleições e aí, sim, agora, para impedir a posse do presidente e vice-presidente regularmente eleitos”, afirmou Moraes.
Segundo denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), o militar teria ajudado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na redação da chamada “minuta do golpe” e apresentado o documento aos comandantes das Forças Armadas, buscando apoio.
Já a defesa de Paulo Sérgio, então ministro da Defesa, alegou que ele tentou demover Bolsonaro de qualquer medida de exceção ao final de 2022.
Criminalistas que atuam no julgamento do plano de golpe analisam que a possibilidade de absolvição do militar é pequena, mas ele pode conseguir uma condenação menor.
Moraes foi o primeiro ministro a votar pelo julgamento, ou absolvição, dos oito réus da suposta trama golpista na sessão desta terça-feira. Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin ainda votarão.
Quem são os réus do núcleo 1?
Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o núcleo crucial do plano de golpe:
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
- Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; e
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, candidato a vice-presidente em 2022.
5 argumentos que se repetem nas alegações finais dos réus do núcleo 1