A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a aplicação de medidas cautelares contra Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (18/7), teve forte repercussão nos bastidores da política de São Paulo.
Tarcísio começou a semana imprensado entre o bolsonarismo e a obrigação de atuar pelos interesses do Estado que governa, visto que a economia de São Paulo será uma das mais atingidas pelo tarifaço anunciado por Donald Trump. Mas termina o período aproveitando a chance para defender Bolsonaro sem precisar entrar no mérito das medidas tomadas pelo presidente americano.
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Pode parecer apenas um “respiro”, no entanto, não é pouco para quem buscava se equilibrar no meio de uma crise que pode atrapalhar os planos eleitorais de Tarcísio, entre eles, o de ser o candidato de Bolsonaro ao Planalto em 2026.
Nos principais trechos de sua mensagem nas redes sociais, Tarcísio evocou um assunto caro ao bolsonarismo: as “eleições livres, justas e competitivas”. O governador aproveitou ainda para se posicionar, mesmo que timidamente, sobre um tema sobre o qual vem sendo muito cobrado pelos apoiadores do ex-presidente, seu silêncio em relação ao STF.
Auxiliares diretos de Tarcísio aconselharam o governador a sair em defesa de seu padrinho político. “Não haverá pacificação enquanto não encontrarmos o caminho do equilíbrio. Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas. A sucessão de erros que estamos vendo acontecer afasta o Brasil do seu caminho”, afirmou o governador em redes sociais.
Até na oposição a Tarcísio a decisão do ministro foi interpretada como um “refresco” para o governador, que ganhou a oportunidade de se reposicionar com o chamado bolsonarismo após ter sido alvo de duras criticas de Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, por ter buscado uma solução diplomática para o tarifaço imposto ao Brasil por Donald Trump.
O reposicionamento de Tarcísio deve criar um cenário para uma distensão, ainda que momentânea, na relação entre o governador e o ex-presidente. Resta saber se a manifestação de hoje do governador será suficiente para acalmar a família Bolsonaro.