Jogador cogitou fingir lesão para não atuar e disse não valer a pena continuar atuando pela seleção Futebol Internacional, CNN Esportes, Espanha (Seleção), Futebol internacional CNN Brasil
Álvaro Morata, capitão da seleção espanhola, revelou que superou os problemas de saúde mental que enfrentou no ano passado, mas disse não valer a pena continuar representando a Espanha “só para ser insultado e vaiado nos estádios”.
Em um documentário que estreia nesta terça-feira (17) na plataforma Movistar Plus, o atacante compartilhou detalhes íntimos sobre o período mais delicado de sua vida, marcado por episódios de depressão e crises de pânico.
Esses problemas surgiram enquanto o atleta ainda defendia o Atlético de Madrid e se agravaram com ataques vindos da imprensa, das redes sociais e de torcedores nos estádios — atingindo até mesmo sua família.
“Vale a pena que, cada vez que vou à Espanha com a minha família, eu tenha experiências desagradáveis e as pessoas zombem de você, insultam e riem de você? Não sei se vale a pena. Vale a pena continuar jogando pela seleção só para ser insultado e vaiado nos estádios onde você joga com a camisa da seleção? Não vale a pena”, declarou o atleta no documentário intitulado “Morata: você não sabe quem eu sou”.
O jogador também destacou o apoio psicológico profissional como essencial para sua recuperação. Segundo Morata, ele chegou a considerar forjar lesões para evitar entrar em campo.
“Eu tinha medo de tudo. Tinha tantos pensamentos horríveis e autodestrutivos. Cheguei a pensar em fingir que estava machucado para não precisar estar lá. A mente sugere todo tipo de coisa para evitar o que está te fazendo sofrer. Era como se eu estivesse em uma sala escura como breu, com todos me encarando. Minha cabeça estava constantemente me enviando sinais, mensagens e vozes me dizendo coisas horríveis”, revelou.
A mágoa de Morata com parte da torcida permanece, mesmo após a conquista da Eurocopa. Álvaro disse se sentir frustrado por não ter visto uma mudança de postura: “Depois de vencer a Eurocopa há um ano, pensei que as pessoas seriam mais respeitosas”, afirmou.
A dúvida sobre sua continuidade na seleção não é nova. No último dia 8, após a derrota nos pênaltis para Portugal na final da Nations League, o atacante já havia sinalizado a possibilidade de se afastar da equipe nacional. “É possível que eu não esteja aqui em setembro”, declarou na ocasião.
Com 32 anos, Morata vê o momento como de reflexão. Após deixar o Atlético de Madrid e passar pelo Milan, o jogador atualmente defende o Galatasaray.