Mino Carta, uma das referências do jornalismo brasileiro, faleceu nesta terça-feira (2) aos 91 anos. Sua morte foi confirmada pela revista Carta Capital, da qual era fundador e diretor de redação. A causa da morte não foi revelada e a publicação afirma que o jornalista estava internado há duas semanas na UTI do Hospital Sírio Libânes, em São Paulo, enfrentando diversos problemas de saúde.
Nascido em Gênova (Itália) em 1933, Carta mudou-se para São Paulo em 1946. Entrou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, mas abandonou o curso e nunca se formou na área.
Os primeiros passos no jornalismo foram dados em 1950, quando o seu pai, Giannino, recebeu encomenda de artigos sobre a Copa do Brasil para dois jornais italianos. Seu pai odiava futebol e propôs ao filho que escrevesse em seu lugar. A partir daí, Mino abraçou a carreira após deixar a faculdade de direito em 1956, quando retornou à Itália e trabalhou na Gazetta del Popolo e como correspondente para o Diário de Notícias e Mundo Ilustrado.
Em 1960, recebeu o convite de Victor Civita para assumir a direção da Quatro Rodas, uma das primeiras revistas dedicadas ao automóveis do país e a única ainda em circulação desde então. Foi na Quatro Rodas que Carta descobriu o talento para criar e liderar publicações, iniciando uma trajetória de sucesso.
O jornalista foi o editor da Veja no seu lançamento, em 1968 e atuou como diretor de redação até 1976. Após seu período na Editora Abril, fundou a IstoÉ em 1976, comandando a revista até 1981 e, depois, de 1998 até 1993. Sua última empreitada no jornalismo foi a Carta Capital, criada em 1994, a qual dirigiu até seus últimos dias.