Vítima foi encontrada dentro de um buraco de uma área em obras, sem calça e sem sapatos; polícia ainda investiga o caso, mas ninguém foi preso São Paulo, -agencia-cnn-, Autódromo de Interlagos, empresário, investigação criminal, Morte CNN Brasil
Um mês após o desaparecimento de Adalberto Amarilio Júnior, encontrado morto dentro de um buraco no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, a Polícia Civil de São Paulo ainda não sabe quem matou o empresário. Ninguém foi preso e nenhum suspeito foi formalmente identificado até esta terça-feira (1º).
A vítima foi encontrada em pé, sem calça e sem sapatos — embora seu capacete e celular estivessem junto ao corpo —, dentro de um buraco em uma área em obras do autódromo, na manhã de 3 de junho. Adalberto havia desaparecido no dia 30 de maio, após se despedir do amigo em um evento de motos.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que o caso segue em investigação e não há novidades.
Ao todo, a polícia solicitou três exames: o laudo toxicológico, que mostra a ingestão de álcool ou drogas; o laudo necroscópico, também chamado de autópsia; e a análise de DNA do sangue encontrado no carro da vítima.
Laudos
O laudo com a causa da morte do empresário Adalberto Amarilio Júnior, encontrado em um buraco dentro do Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital, no início de junho, apontou a presença de terra nas vias aéreas dele.
O resultado reforça a tese da polícia de que o empresário estava vivo quando foi colocado no buraco. Entretanto, não é possível afirmar se isso levou à asfixia, que foi apontada como a causa da morte.
O laudo pericial também apontou escoriações no pescoço, que podem indicar que Adalberto sofreu um golpe mata-leão.
Um laudo toxicológico do IML não detectou a presença de álcool e drogas no corpo de Adalberto. Essa informação vai contra o que disse seu amigo Rafael Aliste, que já prestou dois depoimentos e afirmou à polícia que ele e Adalberto haviam consumido cerca de oito copos de cerveja e maconha.
A Polícia Técnico-Científica também apontou resultado positivo para PSA (Antígeno Prostático Específico), indicativo de presença de proteína do sêmen na região do pênis do empresário. Contudo, o Instituto de Criminalística esclareceu que o resultado não necessariamente indica que houve ato sexual no local.
Em situações de asfixia, pode ocorrer um reflexo vagal que provoca contrações nas vesículas seminais, levando à eliminação do líquido seminal mesmo sem ato sexual.
A polícia concluiu também que as amostras de sangue achadas no carro do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, encontrado morto no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital paulista, são dele e de uma mulher, ainda não identificada.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), o laudo do DNA realizado no sangue foi parcialmente concluído. Houve a confirmação de que parte do sangue é de Adalberto, e parte é de uma mulher ainda não identificada.
A CNN apurou que esse sangue vai ser confrontado com o DNA da esposa de Adalberto, pra saber se o material é de fato dela.
Depoimento de amigo
Em depoimento, Rafael Aliste, amigo que estava com Adalberto no local, havia relatado que o empresário consumiu cerca de oito copos de cerveja e maconha de desconhecidos no evento, ficando “muito nervoso, ansioso, agitado, muito eufórico”.
A delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), considerou o fato “curioso”, já que maconha e bebida são depressores.
Após considerar que o depoimento do amigo da vítima — com quem esteve antes de ser encontrado morto — foi falho e inconsistente, a polícia decidiu ouvir novamente Rafael. Durante uma declaração para imprensa, a delegada afirmou que o depoimento continha “falhas e lacunas” e que ele “tem muita coisa pra contar”.
Rafael já prestou um novo depoimento no DHPP. Durante essa oitiva, que durou cerca de 6 horas, ele foi submetido à técnica de perfilamento criminal, que conta com profissionais como peritos, psicólogos e criminólogos, para traçar um perfil psicológico e comportamental, visando auxiliar na identificação de autores em casos sem suspeitos claros.
Além de Rafael, a esposa da vítima e seguranças do evento também prestaram depoimento.
Testemunha chave
Uma nova testemunha contou à polícia que presenciou o crime e apontou três seguranças do evento de motos no Autódromo como autores do homicídio.
Segundo fontes da investigação, ouvidas pela CNN, essa testemunha disse que não procurou a polícia antes por medo de represálias e por temer pela própria vida. Mas, com proteção policial, decidiu prestar depoimento no DHPP (Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa), em São Paulo.
A polícia informou que ainda não há mandados de prisão em aberto, mas a testemunha foi considerada peça-chave para o avanço da investigação.
O caso segue em apuração e novos depoimentos estão previstos para os próximos dias.
Quem era o empresário encontrado morto no Autódromo de Interlagos