Henrique Marques, de 16 anos, foi confundido com um integrante de uma facção rival e morto por engano no litoral do Ceará Ceará, -agencia-cnn-, denúncia, facção, Homicídio, Ministério Público, Organização Criminosa CNN Brasil
O Ministério Público do Ceará (MPCE), por meio da Promotoria de Justiça de Jijoca de Jericoacoara, denunciou quatro homens e representou por ato infracional quatro adolescentes suspeitos de envolvimento no homicídio de Henrique Marques de Jesus, turista paulista de 16 anos morto em dezembro de 2024 na Vila de Jericoacoara.
A denúncia e a representação, ajuizadas nesta última quinta-feira (7), apontam que o crime foi motivado por rivalidade entre facções criminosas e praticado com extrema violência e tortura.
De acordo com o MP, Henrique foi abordado na Praia da Malhada por usar uma camiseta com símbolos interpretados como referência a um grupo rival. Ao se recusar a retirar a peça, teve o celular confiscado, e mensagens e imagens encontradas no aparelho reforçaram a suspeita infundada de ligação com a facção inimiga.
A vítima passou por um “Tribunal do Crime” e foi agredida com socos, chutes, golpes com paus e pedras, tiros na cabeça e teve a orelha mutilada, sem chance de defesa.
A ordem para a execução partiu de Alex Gomes da Costa, o “Pezão”, preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão. Após o assassinato, o corpo foi levado em um quadriciclo e ocultado na Lagoa do Paraíso. Imagens da vítima foram compartilhadas em um grupo de WhatsApp chamado “Transfer Jeri Fortaleza”, usado pelos envolvidos.
Foram denunciados Anderson Silva Veras (“Gota”), Antônio Carlos Paulino de Almeida (“Pantanal” ou “CL”), Francisco Erlânio Freitas dos Santos (“Dasarea”) e Alex Gomes da Costa (“Pezão”).
Homens responderão por homicídio qualificado — com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, tortura e impossibilidade de defesa —, ocultação de cadáver e organização criminosa, com agravante pelo envolvimento de menores. Os adolescentes responderão por atos infracionais análogos aos mesmos crimes, e o MP pede sua internação.
A materialidade foi comprovada por imagens de câmeras de segurança, laudo cadavérico, conversas no grupo de WhatsApp e depoimentos. O grupo se autodenominava “Tropa do Pezão”.
Relembre o caso
Segundo a Polícia Civil, Henrique estava de férias com o pai em Jijoca de Jericoacoara e desapareceu na noite de 16 de dezembro de 2024.
O jovem foi cercado por pelo menos oito suspeitos enquanto voltava para a pousada para buscar um carregador de celular. O corpo foi encontrado dois dias depois em uma lagoa. Investigações indicam que o adolescente foi morto por engano, sem qualquer ligação com o crime organizado.
*Sob supervisão de Pedro Osorio

