Moraes determinou que MP-RJ apresentasse relatórios sobre megaoperação no Rio Política, -agencia-cnn-, Alexandre de Moraes, Rio de Janeiro, STF (Supremo Tribunal Federal) CNN Brasil
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) informou, nesta quarta-feira (12), ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) que acompanhou a megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão e que atualmente está fazendo análise das imagens corporais dos policiais.
Em decisão recente, o relator temporário da chamada ADPF das Favelas, Moraes, determinou que o MP-RJ apresentasse, no prazo de 48 horas, relatórios e cópias dos laudos realizados por perícia independente e a cópia integral do procedimento da investigação criminal.
No ofício enviado ao Supremo, o procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, diz que o órgão acompanhou a operação com uma equipe técnica, incluindo médicos legistas e peritos, formada por oito profissionais.
“Em síntese, as atividades consistiram na observação independente dos procedimentos de recepção dos corpos, coleta de impressões papiloscópicas de identificação, coleta de material para exame residuográfico de pólvora, exame de imagem para localização de eventuais projéteis alojados, documentação, remoção de roupas e acessórios, inspeção externa minuciosa, exame interno, coleta de material biológico para exames complementares, recomposição dos cadáveres e armazenamento em câmara frigorífica”, detalha.
Em relação às câmeras, segundo o MP, foram colhidos dados de imagem a partir das 334 varreduras corporais individuais. As informações foram armazenadas na plataforma de gerenciamento de evidências digitais “Evidence.com” e está assegurada a integridade e registro da cadeia de custódia da prova.
“Foi iniciada, então, atividade de reconstrução dos corpos em modelos tridimensionais (3D) de alta fidelidade, a partir do escaneamento de superfície realizado, com vistas à caracterização topográfica e morfológica das lesões, documentação objetiva dos achados e futuras análises periciais”, explica.
O procurador-geral de Justiça argumenta que está fazendo análise técnica das imagens, que está em fase de catalogação. No entanto, justifica que a atividade é “complexa e de precisão” e somente após essa etapa a equipe de medicina legal poderá elaborar laudos individualizados com conclusões.
“Destaco, por fim, que os relatórios e os laudos finais serão prontamente disponibilizados a essa douta Relatoria, independentemente de nova provocação, tão logo concluídas as atividades levadas a efeito pelo corpo técnico desta Instituição”, conclui o procurador-geral Antonio José Moreira.
Nessa terça-feira (11), o governo do Rio de Janeiro, por meio da Procuradoria-Geral do Estado, pediu ao ministro Alexandre de Moraes a prorrogação por cinco dias úteis do prazo para apresentar informações e documentos relativos à megaoperação.
Segundo a Procuradoria, as secretarias envolvidas precisam de mais tempo para consolidar os dados solicitados pelo Supremo. Na mesma petição, o governo alega dúvida sobre como enviar os arquivos ao ministro.

