Julgamento foi adiado após desentendimento durante a audiência desta terça-feira (5); confusão “prolonga dor da família”, afirma Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) São Paulo, Justiça, Leandro Lo, PM (Polícia Militar), São Paulo (geral) CNN Brasil
Após um “desentendimento”, o julgamento do policial militar Henrique Octávio de Oliveira Velozo, acusado de matar Leandro Lo, lutador de jiu-jitsu oito vezes campeão mundial, foi adiado para novembro. Com o adiamento, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) publicou uma nota de repúdio às ofensas supostamente dirigidas ao promotor de Justiça João Carlos Calsavara por integrantes da defesa do réu.
O julgamento, no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona Oeste de São Paulo, foi adiado para o mês de novembro — prolongando a dor dos familiares da vítima Leandro Lo, assassinado aos 33 anos de idade em 7 de agosto de 2022, de acordo com o MPSP.
O ministério ainda afirma que houve indevida exposição da imagem do promotor em redes sociais — prática que teria ferido a dignidade da função ministerial, e viola as normas que vedam a gravação e a divulgação não autorizadas de imagens captadas em plenários do júri.
A discussão entre as partes envolvidas “impediu a continuidade dos trabalhos”, de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP).
“O Ministério Público reafirma sua confiança na atuação do doutor João Carlos Calsavara, que conta com integral apoio desta Procuradoria-Geral de Justiça e seguirá envidando todos os esforços necessários para que a responsabilização penal do acusado seja devidamente alcançada, garantindo-se à família e à sociedade a efetiva prestação jurisdicional que o caso requer”, afirma a nota.
A CNN tenta contato com a defesa de Henrique e com os representantes legais de Leandro Lo.
PM “demitido” da corporação
Há dois meses, o policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado de matar o lutador de jiu-jitsu Leandro Lo com um tiro na cabeça, foi demitido da corporação.
A decisão foi tomada pelo TJMSP durante o julgamento do PM Henrique realizado no dia 18 de junho.
“Os sete desembargadores militares votaram favoravelmente à perda do posto e da patente no processo especial iniciado no Comando Geral da Polícia Militar e encaminhado à Secretaria da Segurança Pública, após o cometimento de condutas consideradas graves infrações disciplinares, classificadas como desonrosas e incompatíveis com a função policial-militar, além de atentatórias à instituição, ao Estado e aos direitos humanos fundamentais”, diz nota do tribunal.