Dois policiais militares foram presos em flagrante, na última quinta-feira (10), após a morte de um homem que já estava rendido São Paulo, -agencia-cnn-, Paraisópolis, PM (Polícia Militar), São Paulo (geral) CNN Brasil
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que não irá tolerar “desvios” por parte dos policiais ao comentar as prisões de dois policiais militares que mataram um homem na comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na última quinta-feira (10).
O homem, identificado como Igor Oliveira de Moraes Santos, já estava rendido quando foi morto. Em entrevista coletiva neste sábado (12), Tarcísio reiterou que as câmeras corporais mostram que “houve ilegalidade” dos agentes.
“Com análise das câmaras, a gente viu que houve desvio (de conduta). Os dois policiais vão ser indiciados por homicídio doloso, vão ser apresentados à justiça e vão responder pelo crime que cometeram. E vai ser assim sempre”, afirmou.
De acordo com Tarcísio, o governo seguirá dando respaldo às ações das forças de segurança, mas o caso servirá como um “exemplo” de que ações como a que ocorreu em Paraisópolis serão punidas.
“A gente vai coibir essa ilegalidade com rigor para dar o exemplo. Nós vamos dar o respaldo sim para as forças de segurança, mas nós não vamos tolerar o desvio, nós não vamos tolerar a ilegalidade, nós não vamos tolerar o abuso e isso vai ser coibido como foi”, disse.
O governador, antes contrário ao uso de câmeras corporais pelos policiais, também prometeu maior investimento em tecnologia para auxiliar na redução dos indicadores da segurança.
“A gente tá preparando mais investimento em tecnologia, que chega uma hora que o efetivo só já não resolve. Você vai botar o efetivo que for, você vai continuar tendo problemas. Então, a gente vai precisar investir muito mais em tecnologia, muito mais em inteligência artificial, agregar isso nas nossas ações e sempre reciclando, sempre fazendo treinamento para que eventos como de Paraisópolis não voltem a se repetir”, concluiu Tarcísio.
Mortes e noite de caos
De acordo com a Polícia Civil, duas pessoas morreram e quatro foram presas durante os confrontos registrados na comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista. Os conflitos começaram no final da tarde de quinta-feira (10) e se estenderam até o começo da madrugada de sexta-feira (11), após uma operação da Polícia Militar na região.
Conforme o boletim de ocorrência, policiais foram acionados para uma denúncia de que havia homens armados em um ponto de venda de drogas na região. No local, três suspeitos fugiram em direção a uma casa, e um deles foi baleado e morreu.
Posteriormente, a Polícia Militar comunicou que imagens das câmeras corporais revelaram que a morte de Igor Oliveira de Moraes Santos, apontado como um dos suspeitos, “não foi dentro dos padrões, dentro das excludentes de licitude”. As imagens levaram a prisão de dois PMs em flagrante por homicídio doloso.
Após a morte de Igor Moraes Santos, protestos começaram na região. Durante o conflito, um sargento da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) foi baleado e socorrido ao Hospital Albert Einstein. Ainda em meios aos conflitos, um homem de 29 anos foi atingido e não resistiu aos ferimentos.