Ainda que Tarcísio de Freitas (Republicanos) tenha tentado recentemente impor um freio nas articulações em torno de sua eventual sucessão como governador de São Paulo já a partir de 2027, a pressão sobre Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos mantém os bastidores da política paulista aquecidos com a possibilidade de troca de comando no Palácio dos Bandeirantes.
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Para concorrer ao Planalto, Tarcísio terá de deixar o governo em abril de 2026. Ainda que seja necessário ter cautela com a concretude de movimentos em prol de uma candidatura presidencial — que dependeria de um aceno objetivo de Bolsonaro —, é fato que a movimentação nos bastidores continua.
O atual vice é Felício Ramuth (PSD), que, caso a desincompatibilização do titular aconteça, terá a chance de assumir o cargo. Mas segundo aliados de Tarcísio, os nomes preferidos dele para uma eventual sucessão sua são o de Natália Resende, sua secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, e o de Guilherme Derrite, capitão da PM e titular da Segurança.
Confira os perfis
Natália Resende é considerada um quadro “técnico”, com perfil parecido ao do governador, e de sua extrema confiança. Teve papel importante na privatização da Sabesp e sua pasta é conhecida como “supersecretaria” nos bastidores do Bandeirantes. Um especialista em marketing político consultado por interlocutores do governador avalia que ela seria um nome viável para ser trabalhado eleitoralmente.
A opção Derrite (PP-SP), deputado federal licenciado, seria uma aposta no discurso da “linha dura” contra os bandidos, que sempre encontra grande receptividade em setores do eleitorado paulista.
Os dois secretários têm a seu favor o fato de serem uma opção segura para o “plano B” de Tarcísio, mesmo após ter se desincompatibilizado em abril, concorrer à reeleição fora do cargo, a exemplo do que fez Eduardo Leite (PSD) no Rio Grande do Sul em 2002.
Outros postulantes no radar
Outros aliados do atual governador também se movimentam por sua sucessão. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), conversou recentemente com líderes de seu partido, em busca de traçar um roteiro que o cacife para a candidatura ao Bandeirantes.
Nunes é considerado um postulante com boas possibilidades porque, além de um partido importante, controla uma máquina pública poderosa, a administração da maior cidade do Brasil. No entanto, ele ainda precisa costurar apoios para a empreitada, entre eles, o da família Bolsonaro.
Peça importante nesse tabuleiro, Gilberto Kassab, secretário estadual de Governo e presidente nacional do PSD, não descarta a possibilidade de concorrer ao Bandeirantes, caso Tarcísio dispute a Presidência, ou de ocupar a vaga de vice em uma chapa que tenha o próprio Tarcísio candidato à reeleição.