Plano para ação do Exército no território palestino é discutido caso não haja acordo de cessar-fogo com o Hamas Internacional, Benjamin Netanyahu, Cessar-fogo, Conflito Oriente Médio, Faixa de Gaza, Hamas, Israel CNN Brasil
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adiou a decisão sobre as ações que as forças armadas do país tomarão em Gaza caso o grupo palestino Hamas não concorde com um acordo de cessar-fogo, informou uma fonte familiarizada com o assunto à CNN americana na sexta-feira (1º).
Uma decisão não será tomada esta semana, afirmou a fonte.
Isso ocorre em meio a divergências internas no governo israelense sobre a linha de ação a ser usada no território.
Uma ideia em pauta, caso o grupo não chegue a um acordo, é cercar a Cidade de Gaza e outros centros populacionais, enquanto outra é “conquistar” a cidade, disse a fonte. Diferentes ministros defendem planos diferentes, acrescentou.
Na quinta-feira (31), uma alta autoridade israelense afirmou que Israel e os Estados Unidos estão formando um novo entendimento sobre Gaza, já que o Hamas supostamente se retirou das negociações de cessar-fogo e do acordo de reféns.
“Ao mesmo tempo, Israel e os Estados Unidos trabalharão para aumentar a ajuda humanitária, enquanto prosseguem as operações militares em Gaza”, acrescentou a autoridade.
A mudança ocorre em um momento em que o Hamas se desvinculou do cessar-fogo e das negociações sobre reféns, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto.
O desligamento do grupo ocorre após os Estados Unidos e Israel retirarem suas delegações das negociações em Doha, no Catar, com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, acusando o Hamas de negociar de má-fé.
Apesar dessa decisão, um alto funcionário israelense disse à CNN que eles estariam preparados para retornar a Doha se o grupo palestino mudasse de posição.
Na quinta-feira, o Hamas afirmou estar comprometido em continuar as negociações para um cessar-fogo permanente e a retirada completa das forças israelenses de Gaza, mas que as condições no território precisariam primeiro melhorar “significativamente”.
Crise em meio a negociações
As vacilantes negociações de paz ocorrem em meio a uma situação humanitária catastrófica em Gaza, onde dezenas de pessoas estão morrendo de fome.
Todos os 2,1 milhões de habitantes de Gaza estão em situação de insegurança alimentar, sem acesso confiável a alimentos nutritivos, saudáveis e acessíveis, afirmou a ONU esta semana.
Segundo o Ministério da Saúde do enclave, 900 mil crianças passam fome e 70 mil apresentam sinais de desnutrição.
“É essencial melhorar significativamente a catastrófica situação humanitária e obter uma resposta por escrito do inimigo sobre a nossa resposta”, disse Basem Naim, membro sênior do gabinete político do Hamas, à CNN. “Esta é uma condição para retomar as negociações.”
Em um comunicado separado, o Hamas afirmou estar pronto para “reiniciar imediatamente as negociações assim que a ajuda chegar aos necessitados e para pôr fim à crise humanitária e à fome em Gaza”.
O comunicado acrescentou que a continuidade das negociações “em condições de fome perde sua substância e eficácia”.
A CNN noticiou anteriormente que o Hamas estava considerando endurecer sua posição nas negociações. Mahmoud Mardawi, alto funcionário do Hamas, disse na quarta-feira (31) que não havia sentido em continuar as negociações enquanto a crise de fome em Gaza persistisse.