Primeiro-ministro israelense viaja para Washington para encontro com presidente dos EUA na segunda-feira (7) Internacional, Benjamin Netanyahu, Donald Trump, Estados Unidos, Faixa de Gaza, Hamas, Israel CNN Brasil
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse acreditar que a reunião com presidente dos EUA, Donald Trump, na segunda-feira (7), deve levar a um avanço nas negociações sobre a libertação de reféns em Gaza e um acordo de cessar-fogo.
Israel retomou neste domingo (6) as negociações para uma trégua no Catar. Antes de embarcar no voo para Washington, Netanyahu afirmou que os negociadores receberam instruções claras para chegar a um acordo sob condições aceitas por Israel.
“Acredito que a discussão com o presidente Trump certamente pode ajudar a promover esses resultados”, disse ele, acrescentando que estava determinado a garantir o retorno dos reféns mantidos em Gaza e a remover a ameaça do Hamas a Israel.
Essa será a terceira visita de Netanyahu à Casa Branca desde que Trump retornou ao poder há quase seis meses.
A pressão pública sobre Netanyahu para garantir um cessar-fogo permanente e pôr fim à guerra em Gaza está aumentando, uma medida contestada por alguns membros linha-dura de sua coalizão de direita. Outros, incluindo o Ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, expressaram apoio.
O grupo palestino Hamas disse na sexta-feira (4) que respondeu à proposta de cessar-fogo em Gaza apoiada pelos EUA com “espírito positivo”, poucos dias depois de Trump dizer que Israel concordou “com as condições necessárias para finalizar” uma trégua de 60 dias.
Mas, em um sinal dos potenciais desafios que ambos os lados ainda enfrentam, uma autoridade palestina de um grupo militante aliado ao Hamas disse que ainda há preocupações sobre a ajuda humanitária, a passagem pela fronteira de Rafah, no sul de Israel, até o Egito, e a clareza sobre um cronograma para a retirada das tropas israelenses.
O gabinete de Netanyahu afirmou em um comunicado que as mudanças buscadas pelo Hamas na proposta de cessar-fogo “não eram aceitáveis para Israel”. No entanto, o governo afirmou que a delegação ainda voaria para o Catar para “continuar os esforços para garantir o retorno de nossos reféns com base na proposta catariana com a qual Israel concordou”.
Netanyahu disse repetidamente que o Hamas deve ser desarmado, uma exigência que o grupo militante até agora se recusou a discutir.
Netanyahu disse acreditar que ele e Trump também dariam continuidade ao resultado da guerra aérea de 12 dias com o Irã no mês passado e buscariam garantir que Teerã nunca tivesse uma arma nuclear. Ele afirmou que os recentes acontecimentos no Oriente Médio criaram uma oportunidade para ampliar o círculo de paz.
Libertação de reféns
Na noite de sábado (6), multidões se reuniram em uma praça pública em Tel Aviv, perto da sede do Ministério da Defesa, para exigir um acordo de cessar-fogo e o retorno de cerca de 50 reféns ainda mantidos em Gaza. Os manifestantes agitaram bandeiras israelenses, cantaram cânticos e carregaram cartazes com fotos dos reféns.
O mais recente derramamento de sangue no conflito israelense-palestino de décadas foi desencadeado em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, de acordo com contagens israelenses.
O Ministério da Saúde de Gaza afirma que o ataque militar de retaliação de Israel ao enclave matou mais de 57.000 palestinos. Também causou uma crise de fome, deslocou a população, principalmente dentro de Gaza, e deixou o território em ruínas.
Acredita-se que cerca de 20 dos reféns restantes ainda estejam vivos. A maioria dos reféns foi libertada por meio de negociações diplomáticas, embora o exército israelense também tenha recuperado alguns.