A Volkswagen não costuma ponderar bastante antes de criar um carro para entrar em novos segmentos, mas costuma ser assertiva quando faz isso. Foi assim, por exemplo, com o T-Cross, que foi lançado anos depois dos seus concorrentes e se tornou um sucesso de vendas. Agora a VW trabalha para que o mesmo aconteça quando lançar sua inédita picape intermediária.
Faz sete anos que a Volkswagen apresentou o conceito Tarok no Salão do Automóvel de São Paulo. Era uma picape intermediária com jeitão de T-Cross e até sofisticada, pois tinha suspensão traseira independente e tração integral – assim como há na Fiat Toro. Mas o projeto foi engavetado e está renascendo um pouco diferente para ser lançado, enfim, em 2026.
Para usar o tempo a seu favor, a nova picape da Volkswagen terá características (e evitará erros) das principais concorrentes, inclusive aquelas que surgiram nos últimos anos.
Porte da Fiat Toro
Em comum com a Fiat Toro, a picape da Volkswagen terá sua proximidade com carros médios. A Toro foi desenvolvida sobre uma plataforma de hatches e SUVs médios, um pouco mais larga. É por isso, também, que a VW vem usando a carroceria do velho Tiguan para disfarçar as mulas da nova picape, conforme o flagra de Eduardo Campilongo, feito no interior de São Paulo.
Desta forma, a Volks evita seguir a estratégia da Chevrolet Montana, que nesta terceira geração tem porte mais próximo de picapes compactas com cabine dupla, como Fiat Strada e VW Saveiro. Ela até tem versões básicas, mas que não convencem empresas tão bem quanto as rivais, que têm carros mais baratos e aspecto mais robusto.
Enquanto a Strada tem 2,84 m de entre-eixos, a Montana tem 2,80 m e a Toro tem 2,99 m. A nova picape da VW terá algo ao redor dos 3 m, até mesmo para aproveitar as dimensões da nova plataforma MQB Hybrid, pronta para eletrificação e maior que a base de T-Cross de Polo. De acordo com o Autos Segredos, a nova picape já nascerá pronta para receber um sistema híbrido leve (MHEV) de 48V combinado com o novo motor 1.5 eTSI flex.
Até seu lançamento, aliás, a Fiat Toro também já terá motorização MHEV 48V.
Suspensão da Fiat Strada
Em vez de seguir o projeto com uma suspensão traseira independente, a Volkswagen optou por partir para o uso de eixo rígido com feixes de mola na traseira. É uma solução até antiquada, mas bastante robusta: é o mesmo tipo de suspensão usado pelas picapes médias e também pela Fiat Strada desde sua primeira geração.
É isso, inclusive, o que explica a suspensão traseira tão alta no carro flagrado. Esta mula já utiliza o conceito de suspensão definitivo, com direito a um arco no meio do eixo rígido traseiro como há na Strada.
A Volkswagen se negou a usar eixo rígido na Saveiro em todas as gerações. Os alemães sempre optaram por valorizar a dinâmica da sua picapinha, com grandes bitolas no eixo de torção traseiro e com as molas com rigidez variável, que assume um comportamento mais firme quando com carga. Mas o mercado percebeu que a Strada é mais robusta a longo prazo.
Design à Chevrolet Montana
A despeito da suspensão mais rústica, a nova picape da Volkswagen ainda terá uma estreita relação com SUVs, tanto no design quanto na cabine. Inclusive, é possível que tenha as lanternas traseiras unidas visualmente, nem que seja por uma barra preta.
Esta relação próxima com os SUVs já era visto no conceito Tarok e ainda ficará bastante evidente nas versões mais completas.
Estratégia e data de lançamento
A Volkswagen já definiu que a nova picape será fabricada em São José dos Pinhais (PR) junto com o T-Cross e também com o Virtus, que também passou a ser produzido por lá.
O lançamento será em 2026. Com este carro, a Volkswagen terá uma picape com design interessante e moderno, boa capacidade de carga, robustez, porte e bom espaço interno, além de já estar adequada à uma futura demanda por picapes eletrificadas.
