Vídeo contesta versão apresentada por agente e por funcionário de mercado
Este conteúdo foi originalmente publicado em Novas imagens mostram que policial executou jovem negro pelas costas em SP no site CNN Brasil. Nacional, -agencia-cnn-, Execução, inquérito policial, Letalidade policial, policial militar, São Paulo (estado) CNN Brasil
Novas imagens das câmeras de monitoramento do mercado Oxxo, na Avenida Cupecê, no bairro Jardim Prudência, zona Sul de São Paulo, mostram que Gabriel Renan da Silva Soares foi executado pelas costas pelo policial militar Vinicius de Lima Britto, em 3 de novembro.
A versão inicial apresentada pelo PM era de que o jovem teria feito menção de estar armado, o que, na versão dele, justificaria os disparos. Um atendente do mercado corroborou essa narrativa, alegando que Gabriel teria dito: “Não mexe comigo, que estou armado, não quero nada do que é seu.”
Entretanto, as novas imagens mostram que o jovem, que tinha acabado de furtar itens de limpeza, escorregou quando tentou sair correndo do mercado e que em nenhum momento fez menção de estar armado. Nas imagens, também é possível concluir que não houve diálogo e que o policial acertou a vítima pelas costas.
Segundo a polícia civil, Soares foi atingido por 11 tiros. A SSP foi questionada sobre o andamento do caso, investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e até o momento não retornou.
Denúncia nas redes sociais
As imagens que mudam a versão, até então oficial dos fatos, foram disponibilizadas pelo rapper Eduardo Taddeo, que é tio do jovem executado, em sua conta pessoal do Instagram na tarde desta segunda-feira (2). Desde o dia da morte do sobrinho, Taddeo denuncia a execução e contesta a versão do agente público. “Mais um jovem preto e da periferia exterminado”, declarou à época.
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Crime sem violência
A advogada Fátima Taddeo, que é tia de Gabriel, já havia concedido entrevista à CNN em que afirmou saber que ele havia cometido um crime, porém de menor poder ofensivo, o que não justificaria os disparos feitos pelo policial militar.
“O furto é um crime que é cometido sem violência nem grave ameaça. Ele não estava armado, não foi violento. Pra ser roubo, como está no boletim, ele deveria estar armado, ter ameçado e sido violento, não foi isso. Legítima defesa não é justificada quando a pessoa não está oferecendo ameaça. A vida do Gabriel estava valendo dois produtos de limpeza”, declarou Fátima.
Segundo ela, Gabriel estava trabalhando no momento, porém enfrentava problemas causados pelo uso da droga K2, um tipo de maconha sintética com alto potencial destrutivo.
(Com informações de Carolina Figueiredo)
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