Você pode até dizer que o novo BMW iX perdeu boa parte da ousadia no design ao abandonar as enormes manchas pretas nas laterais do para-choque dianteiro. Eram elementos que cercavam as tomadas de ar funcionais, que permaneceram, mas em uma área pintada da cor do carro. O SUV elétrico pode causar menos estranheza agora e evoluiu um tanto para ficar mais eficiente.
Os engenheiros da BMW precisaram fazer escolhas. Os novos faróis não têm apenas um novo design, mas são, em termos de tecnologia, inferiores aos antigos. Os faróis a laser consumiam mais energia e estes novos, de leds adaptativos, conseguem alcançar praticamente o mesmo desempenho consumindo menos. Uma escolha precisou ser feita e foi a que favoreceu a autonomia.
Isso de novos para-choques só vale para as novas versões iX xDrive60 (substituta da iX xDrive50) e iX M70 xDrive (substituta do M60 xDrive). O iX xDrive40 foi substituído pela xDrive45, mas esta versão de entrada manteve os para-choques velhos, mas com as partes pretas pintadas da cor do carro, também para ficar menos estranho. No Brasil, poderia ser chamado de iX Fire, iX Classic ou iX Joy.
As rodas também são novas e podem ter até 23 polegadas na versão esportiva M70, mas não podem esconder que a BMW instalou até mesmo rolamentos mais leves e com menor resistência nos cubos para otimizar a eficiência do novo iX em todas as versões.
Na traseira, instalaram um novo para-choque mais saliente, com maior potencial de proteção para a tampa traseira, e também retiraram partes pretas. Elas deram lugar a refletores verticais e a uma peça que até imita um pouco as saídas de escape de carros a combustão.
Também existe um esforço de otimização na eletrônica, como um inversor de corrente mais eficiente que otimiza a entrega de energia para os motores. O carregamento em corrente alternada (AC) pode ser feito a até 22 kW e a BMW disponibiliza um sistema que permite que usar o carro como um banco de baterias para sistemas de energia solar domésticos. A arquitetura do iX ainda é de 400V.
A cabine continua familiar, com as mesmas telas curvas em destaque sobre o novo painel, mas com novos acabamentos disponíveis. Há mais mudanças se o cliente pagar pelo pacote esportivo M, que inclui os novos bancos multifuncionais que equipam de série a versão M70. Eles têm outro contorno e apoio lateral melhor, além de ventilação e suporte lombar ativo.
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Para os países frios, a boa notícia é que o conforto será garantido por uma bomba de calor mais eficiente, que consome menos energia para aquecer a cabine e manter a bateria em sua temperatura ideal de funcionamento: com a temperatura certa, a autonomia aumenta. Um opcional é o aquecimento para quatro assentos, volante e até para o apoio de braço.
Após a apresentação do carro limpo, foi possível dirigir, por cerca de 15 minutos, o novo BMW iX xDrive60 ainda camuflado (até por dentro) pela vizinhança das instalações da BMW na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Todas as otimizações técnicas são difíceis de serem notadas em um teste como esse. O que causou uma boa impressão foi o comportamento do carro sem a suspensão adaptativa e pneumática, incomum para os carros que chegam ao Brasil.
O mais surpreendente foi a forma como o carro passa a parecer mais leve do que é. E é pesado: mesmo com parte da estrutura feita de fibra de carbono, ele ainda tem 2.580 kg. Mas ainda preserva o conforto e tem uma boa dinâmica para um carro com 4,96 m e 3 m de entre-eixos. Isso é bom, porque a suspensão adaptativa é um opcional (pelo menos na Europa e nos EUA) e tem consumo de energia importante a longo prazo.
Bateria, autonomia e potência otimizados
A versão xDrive45 agora tem bateria de 94,8 kWh, bem maior que a antiga de 71 kWh. Com toda a otimização, garantiu uma autonomia até 40% maior para esta versão de entrada, que pode variar entre 490 a 602 km a depender dos equipamentos, considerando o ciclo WLTP. Este carrega a até 175 kW.
Para as demais versões, o ganho na capacidade da bateria vem de um aumento na densidade do componente, chegando a uma energia utilizável de 109,1 kWh (BMW iX xDrive60) e 108,9 kWh (BMW iX M70 xDrive), que recarregam a até 195 kW e podem sustentar a potência máxima por um pouco mais de tempo. Se a autonomia do iX 60 chega varia de 563 ao recorde de 701 km, o iX M70 consegue se manter entre os 521 e 600 km por conta da maior potência.
A variável na autonomia tem a ver, especialmente, com a suspensão adaptativa e pneumática, que é opcional em todas as versões exceto na M70, que tem o sistema de série.
Todas as versões têm dois motores elétricos. No caso do iX xDrive45, o dianteiro tem 258 cv e o traseiro tem 272 cv, mas a entrega combinada máxima é de 408 cv e 71,4 kgfm – 82 cv a mais que o antigo. O tempo de 0 a 100 km/h melhorou em 1 s, para 5,1 s.
Já o iX xDrive60 é 21 cv mais potente que o antigo 50. O motor dianteiro tem 258 cv e o traseiro tem 313 cv, enquanto a potência máxima disponível é de 544 cv e o torque chega aos 78 kgfm. Vai de zero a 100 km/h em 4,6 segundos e sua velocidade também é limitada a 200 km/h.
O BMW iX M70 alcança agora a potência máxima de 659 cv (40 cv a mais) e tem 112,2 kgfm de torque, por ter o motor traseiro mais potente de todos, com pico de 489 cv e que pode girar a até 13.000 rpm (contra os 8.000 rpm dos demais). É o segredo para chegar aos 100 km/h em 3,8 s e à máxima de 250 km/h.
Novo BMW iX será vendido no Brasil?
A BMW nem sequer divulgou quantos carros lançará no Brasil em 2025, mas se o elétrico renovado não for lançado no Brasil neste ano, certamente chegará em 2026. O BMW iX foi o segundo carro elétrico mais vendido da BMW em 2024, com 236 unidades. Ficou atrás do iX1 (252) e à frente do iX3 (151 unidades). Não é um mau desempenho para um carro que parte dos R$ 726.950 e pode chegar aos R$ 1.143.950 na versão M60.
