Confiança do consumidor recua e mercado financeiro reage mal às mudanças nas taxas
Este conteúdo foi originalmente publicado em Novo recuo de Trump evidencia fragilidade da política comercial dos EUA no site CNN Brasil. Macroeconomia, Donald Trump, Tarifas, William Waack CNN Brasil
Mesmo depois de afirmar que não havia mais espaço para negociações, Donald Trump atrasou em um mês a aplicação das tarifas sobre produtos importados e do México e Canadá.
Depois de muita conversa entre as partes, os canadenses e americanos chegaram a um acordo sobre as taxas, que passarão a valer no dia 2 de abril.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, tinha prometido retaliar as decisões de Trump, algo que irritou o americano, que insiste em falar que quer anexar o país e transformá-lo no quinquagésimo primeiro estado americano.
Além de reações do governo federal, a província canadense de Ottawa anunciou tarifas de 25% sobre a exportação de energia para os estados de Michigan, Minnesota e Nova York. A região compra parte da produção energética de usinas canadenses, e mesmo com o recuo americano, essas taxas serão mantidas.
Sobre as tarifas em veículos do Canadá e México – também alteradas para o dia 2 de abril – Trump afirmou que não vê possibilidade de haver um adiamento ainda maior. O republicano reforçou que os tributos sobre alumínio e aço não serão alterados e passam a valer no dia 10 de março.
Trump também negociou com a presidente do México, Claudia Sheinbaum.
Em tom amigável, o presidente americano afirmou que tomou a decisão em respeito à Sheinbaum. Disse que a relação entre os dois tem sido boa e que agora estão trabalhando juntos para reforçar a segurança na fronteira.
Em postagem nas redes sociais, Sheinbaum agradeceu e chamou a decisão de respeitosa.
Muchas gracias al presidente Donald Trump. Tuvimos una excelente y respetuosa llamada en la que coincidimos en que nuestro trabajo y colaboración han dado resultados sin precedentes, en el marco de respeto a nuestras soberanías. Continuaremos trabajando juntos, particularmente en… pic.twitter.com/JzD9jkm8tz
— Claudia Sheinbaum Pardo (@Claudiashein) March 6, 2025
O atraso nas tarifas vale para produtos cobertos pelo acordo assinado entre Estados Unidos, Canadá e México durante o primeiro governo Trump. A presidente mexicana afirmou que o tratado cobre praticamente todos os produtos vendidos aos Estados Unidos.
Com a movimentação incerta sobre as taxas, os consumidores americanos se tornam mais inseguros sobre os rumos da economia e já passam a poupar mais, temendo um aumento nos preços. A expectativa de varejistas é que esse movimento faça o consumo da população crescer menos do que o esperado neste ano.
A falta de uma meta definida sobre o uso das tarifas também faz a incerteza crescer na política comercial. O índice de incerteza no setor atingiu o pico desde 1995.
Isso é percebido no mercado financeiro. As reações negativas continuaram nesta quinta, com as bolsas americanas fechando em queda e o dólar perdendo força ao redor do mundo. Desde que Trump assumiu, a Nasdaq recuou 7% e a S&P caiu mais de 4%.
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