Familiares descreveram Jabbar como uma pessoa “bem-humorada, gentil e de fala mansa”
Este conteúdo foi originalmente publicado em “Nunca vi sinais”, diz à CNN irmão do suspeito de ataque em Nova Orleans no site CNN Brasil. Internacional, Ano Novo, ataque, atropelamento, Estados Unidos CNN Brasil
Familiares do suspeito do atropelamento que matou 14 pessoas em Nova Orleans disseram que o homem que eles conheciam é completamente diferente daquele que dirigiu uma caminhonete contra uma multidão na Bourbon Street.
“Ele era muito bem-humorado, lento para a raiva, gentil e de fala mansa”, relembrou Abdur Jabbar, de 24 anos, sobre o irmão, Shamsud-Din Jabbar, 42. “É por isso que é tão inacreditável que ele fosse capaz de algo assim.”
Abdur e seu pai de 65 anos, Rahim, afirmaram que nunca viram nele, sinais de alguém que foi radicalizado e que tramava um plano mortal.
“Algo o ferrou. Ele não é esse tipo de pessoa”, expressou o irmão. “Alguém ou algo confundiu sua mente.”
Rahim disse à CNN que, “isso está intrigando”. “Ele não estava passando por algo que soubéssemos”, acrescentando: “É ruim para todos”.
Abdur relatou que chegou em casa na quarta-feira (1º) de manhã após trabalhar no turno da noite em uma empresa ferroviária quando recebeu uma ligação de outro parente dizendo que Shamsud-Din Jabbar havia sido identificado como o agressor.
Ele pensou que devia ter havido um engano até ver o rosto do irmão no noticiário.
“Fiquei chocado que alguém tão próximo de mim pudesse causar toda essa destruição”, expressou. “Sinto por aquelas pessoas ali — e que tiveram que testemunhar isso.”
Passado do suspeito
Abdur pontuou que o irmão, que tinha três filhos e duas ex-esposas, nunca deixou transparecer que algo o incomodava ou que ele estava com problemas financeiros.
Os dois não eram próximos quando crianças devido à diferença de idade, mas se conectaram depois que o pai sofreu um derrame em agosto de 2023 e então se falavam quase diariamente. Eles se tornaram mais próximos, com o irmão mais velho oferecendo orientação profissional e conselhos de vida.
Eles nunca falaram sobre o Estado Islâmico, relembrou o irmão.
“Shamsud-Din nunca compartilhou nada assim ou dessa natureza comigo”, disse Abdur, acrescentando que foram criados como muçulmanos e frequentavam regularmente uma mesquita nas noites de sexta-feira enquanto cresciam.
“Ele entendeu o que significava ser muçulmano e foi isso que vi dele no tempo em que nos aproximamos”, ressaltou. “Como se portava e como tratava as outras pessoas, não era nada dessa natureza e tão pouco essa tragédia. Era o completo oposto.”
O pai de Shamsud-Din Jabbar compartilhou que lamentava não ter tido a oportunidade de convencer o filho a desistir do ataque.
“Como você sabe o que fazer se eles não te contam”, declarou Rahim, acrescentando que eram próximos. “Nós teríamos certamente tentado, porque sabíamos que não seria um bom final.”
O irmão conta que ainda vê Jabbar como gentil e compassivo, apesar do ataque.
“Não estou de forma alguma tolerando o que ele fez. O que ele fez não foi certo”, ressaltou. “Mas ainda há uma linha entre o que ele fez e o ser humano e irmão que era para mim.”
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