By using this site, you agree to the Privacy Policy and Terms of Use.
Aceitar
Portal Nação®Portal Nação®Portal Nação®
Notification Mostrar mais
Font ResizerAa
  • Início
Lendo: O avanço do retrocesso na questão do aborto
Compartilhe
Font ResizerAa
Portal Nação®Portal Nação®
  • Notícias
  • Esporte
  • TV Nação
  • Entretenimento
  • Ciência
  • Tecnologia
  • Acesso
Search
  • Início
Siga nas redes
Portal Nação® > Noticias > outros > O avanço do retrocesso na questão do aborto
outros

O avanço do retrocesso na questão do aborto

Última atualização: 30 de março de 2025 06:00
Published 30 de março de 2025
Compartilhe
Compartilhe

A legislação brasileira com relação ao aborto é das mais restritivas do mundo. Nós, mulheres, alcançamos na Constituição de 1988 o reconhecimento do direito de escolher livremente o número de filhos, bem como o dever do Estado em fornecer informação e meios para tal (Artigo 226, §7º). Desde 1940, temos a possibilidade de interromper a gravidez em casos de estupro e risco de vida. Em 2012, o STF ampliou esse direito para casos de anencefalia do feto.

Essas são as únicas situações permitidas por uma legislação que praticamente é a mesma há mais de 80 anos. E o direito brasileiro não considera outras causais, como problemas de saúde da gestante, anomalias fetais incompatíveis com a vida e condições socioeconômicas vulneráveis.

Conheça o JOTA PRO Poder, plataforma de monitoramento que oferece transparência e previsibilidade para empresas

Como se as poucas conquistas no tema não fossem tímidas, elas estão constantemente ameaçadas por iniciativas que buscam restringir ou até mesmo negar direitos adquiridos, violando a dignidade humana e a saúde das meninas e das mulheres.

Em 2024, o Congresso ensaiou colocar em votação em regime de urgência o “PL do Estupro” (Projeto de Lei 1904/2024), que equiparava o aborto legal em idade gestacional acima de 22 semanas, inclusive em casos de estupro, ao crime de homicídio simples. O retrocesso da proposta reacendeu o debate sobre o aborto legal no país e com o lema “Criança não é mãe” tornou-se uma grande oportunidade para conscientizar a sociedade brasileira quanto à necessidade de barrar retrocessos e evoluir as leis e políticas públicas voltadas à saúde reprodutiva.

Afinal, estamos a 80 anos de distância da última legislação a respeito do tema.
Desde 2017, segundo levantamento da ONG Azmina, multiplicam-se em todo o país projetos de lei inconstitucionais sobre direitos reprodutivos, propostos por vereadores conservadores. Nos últimos oito anos — e ainda que esta seja uma pauta de competência federativa —, foram apresentadas 103 propostas nas câmaras das capitais sobre os temas aborto ou nascituro, na maioria propondo retrocessos.

É o caso, por exemplo, da obrigação de que pessoas que buscam realizar um aborto legal sejam obrigadas a ouvir os batimentos cardíacos do feto, a receber informações falsas sobre supostos efeitos colaterais e psíquicos de um aborto ou a se submeter a demonstrações de como um feto é extraído do ventre da mãe.
Além disso, são ainda escassos os serviços de atendimento a vítimas de violência sexual em nosso país. De acordo com o Ministério da Saúde, o serviço de interrupção legal da gestação é oferecido somente em 2% dos municípios.

E essa rede de apoio tem sido reduzida e constantemente atacada por forças fundamentalistas, religiosas e laicas, que hoje ocupam espaços de poder e têm sido exitosas em colocar o aborto no rol dos temas “malditos”, em que não há espaço para princípios de laicidade, ciência, saúde, direitos humanos, pluralismo, democracia. Onde o aniquilamento moral do outro substitui a argumentação, o diálogo, a discussão política.

Nossa luta é para que movimentos internacionais autodenominados “pró-life” e seus seguidores nacionais não violem direitos adquiridos desde 1940, em situações reconhecidas pela expressiva maioria dos 193 Estados-parte das Nações Unidas.

Porque as consequências desse ambiente de violências, obstáculos e criminalização, são trágicas: cerca de 800 mil mulheres brasileiras passam por abortamentos inseguros todos os anos. Dessas, 200 mil recorrem ao SUS para tratar as sequelas desses procedimentos.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), que já cobrou ações do governo brasileiro, o número de abortos inseguros pode ultrapassar um milhão de mulheres. Essa é a quinta causa de mortes maternas no Brasil. Com dolorosas consequências para as famílias destas mulheres e de seus filhos, órfãos.

A justiça reprodutiva, que aponta as diferentes formas de opressão às mulheres, como racismo e pobreza, destaca o impacto ainda maior da morte materna para as mulheres e meninas negras.

O debate sobre o direito ao abortamento não é uma pauta de um grupo específico, como as feministas, ela diz respeito a toda a sociedade brasileira. Esse é um grave problema que deve ser enfrentado com seriedade e clareza em um debate republicano, no respeito a cidadania plena das mulheres, adolescentes e meninas brasileiras. Elas precisam exercer seus direitos de tomar decisões autônomas nas diversas dimensões de suas vidas, na família, no trabalho e sobretudo na sexualidade e no planejamento familiar.

O voto feminino era algo impensável há 200 anos. Hoje, é impensável negá-lo. É necessário expandir o debate e permitir o progresso, e não o retrocesso das conquistas até aqui alcançadas.

You Might Also Like

Velório de Lô Borges será aberto ao público e enterro só para amigos 

Corpo em avançado estado de decomposição é encontrado em praia famosa de Salvador

Cão farejador acha maconha, haxixe e LSD dentro de carro no Entorno

Com projeto aprovado, Vitória anuncia workshop para sócios e conselheiros do clube; saiba mais

Ibovespa bate 150 mil pontos pela 1ª vez 

Compartilhe esse artigo
Facebook Twitter Email Print
Deixe um comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga o Portal Nação

Nas redes Sociais
FacebookLike
TwitterSiga nas redes
YoutubeSubscribe
TelegramSiga nas redes

Newsletter semanal

Assine nossa newsletter para receber nossos artigos mais recentes instantaneamente!

Notícias populares
outros

Taylor Swift lança “The Life of a Showgirl”; saiba tudo sobre o projeto 

3 de outubro de 2025
Rato e baratas em produtos: Tatico passa a ser investigado após vídeos
Agressão, separação: Luan Alencar e Caio Cerqueira trocam socos em Paris 
Polícia Militar resgata bicho-preguiça em rodovia da Região Metropolitana
STJ mantém honorários de meio salário mínimo à Defensoria em ação sobre saúde pública
- Publicidade -
Ad imageAd image
  • Avisos legais
  • Política de privacidade
  • Gerenciamento de Cookies
  • Termos e condições
  • Parceiros

Todas as últimas notícias do Portal Nação direto na sua caixa de entrada

Aqui no Portal Nação, acreditamos em criar os melhores produtos para a indústria que cruzam o melhor design de software, experiência do usuário e funcionalidade.

Nosso site armazena cookies no seu computador. Eles nos permitem lembrar de você e ajudam a personalizar sua experiência em nosso site.
Leia nossa política de privacidade para maiores infromações.

Copyright © 2023-2024 Portal Nação | Todos os Direitos Reservados

Orgulhosamente ❤️ por HubCloud © 2024. Todos os Direitos Reservados
Welcome Back!

Sign in to your account

Lost your password?