Ações foram descritas pelo presidente Donald Trump como bem-sucedidas Internacional, ataques, Conflito Oriente Médio, Donald Trump, Estados Unidos, Irã, israel x irã CNN Brasil
O Irã condenou os Estados Unidos pelos ataques às suas instalações nucleares durante a madrugada deste domingo (22).
As ações foram descritas pelo presidente Donald Trump como bem-sucedidas, mas os ataques também arriscam agravar ainda mais o conflito de duas semanas, com o Irã afirmando que precisa responder para se defender.
Saiba as últimas informações
Ataques dos Estados Unidos
O presidente Donald Trump anunciou os ataques na noite de sábado nos EUA, afirmando que eles atingiram instalações nucleares iranianas, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. Essas são localizações importantes;
Natanz é a maior instalação de enriquecimento de urânio do Irã, e Fordow é uma instalação altamente secreta, enterrada nas profundezas das montanhas.
Discurso de Trump
Em um discurso nacional na Casa Branca, o líder americano chamou os ataques de um “sucesso militar espetacular” e afirmou que as instalações nucleares foram “completa e totalmente destruídas”, sem apresentar provas.
Ele também alertou que os Estdos Unidos poderiam atingir alvos adicionais se o Irã não buscasse a paz. Em uma publicação posterior nas redes sociais, ele alertou Teerã de que qualquer retaliação seria respondida com força.
“Qualquer retaliação do Irã contra os Estados Unidos da América será respondida com uma força muito maior do que a que foi testemunhada nesta noite. Obrigado! Donald J. Trump, presidente dos Estados Unidos”.
O que o Irã disse
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, condenou o ataque americano às instalações nucleares do país, afirmando que a Casa Branca “belicista” (doutrina ou tendência que apoia ou incita a guerra) será “totalmente responsável” pelas consequências de suas ações.
Ele solicitou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que convoque uma sessão de emergência “para condenar inequivocamente o ato criminoso de agressão dos Estados Unidos contra o Irã e responsabilizar o governo em Washington por suas violações dos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas e das normas do direito internacional”.
“A humanidade avançou demais como espécie para permitir que um valentão sem lei nos leve de volta à lei da selva”, acrescentou.

Impacto nas instalações nucleares
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de fiscalização nuclear da ONU, afirmou que não houve aumento relatado nos níveis de radiação fora do local nas instalações nucleares iranianas alvos de ataques dos Estados Unidos.
O chefe do centro de segurança nuclear do Irã, Mohammad Reza Kardan, confirmou os relatos da AIEA.
“Graças a Deus, mesmo com este ataque criminoso, não tivemos nenhuma contaminação por radiação ou exposição nuclear fora de nossas instalações, e as pessoas podem continuar suas vidas normais no local sem preocupações”, afirmou ele em entrevista por telefone à emissora estatal IRIB.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse, no entanto, que estava convocando uma reunião de emergência para segunda-feira (23).
Reações internacionais
O chefe das Nações Unidas, António Guterresm disse estar “gravemente alarmado” com o ataque americano e alertou contra uma nova escalada.
Líderes do Reino Unido, França, Alemanha e UE pediram ao Irã que demonstrasse contenção e retornasse à mesa de negociações para alcançar uma solução diplomática.
A China também condenou o ataque americano, com seu porta-voz do Ministério das Relações Exteriores acusando a medida de agravar as tensões no Oriente Médio.
O papa Leão XIV também fez um apelo. “A guerra não resolve os problemas, mas os amplifica e produz feridas profundas na história dos povos que levam gerações para cicatrizar”, disse ele.
O que pode vir a seguir
O mundo agora aguarda para ver como o Irã responderá. Araghchi disse não saber quanto “espaço resta para a diplomacia” após o ataque americano.
“Eles cruzaram uma linha vermelha muito grande ao atacar instalações nucleares… Temos que responder com base em nosso legítimo direito de autodefesa”, disse ele, acrescentando que as Forças Armadas do país “estão em alerta máximo” e prontas.
O principal diplomata iraniano disse ter mantido contato com vários ministros das Relações Exteriores da região e que “quase todos estão muito preocupados” e interessados em desempenhar um papel para deter “a agressão israelense”.