Ainda em seus primeiros meses no Brasil desde o início das vendas, a Omoda Jaecoo começou a operação com apenas dois carros: o SUV híbrido plug-in Jaecoo 7 e o elétrico Omoda 5 EV. É uma linha bem enxuta, mas que crescerá em breve com a chegada do Omoda 7, outro PHEV, e o Omoda 5 HEV, o primeiro carro híbrido pleno da marca e que, se tudo der certo, será o modelo mais barato do país com esta tecnologia.
Durante a apresentação realizada no Festival Interlagos, a empresa comentou um pouco sobre os dois modelos, reforçando o lançamento no último trimestre deste ano. Como QUATRO RODAS antecipou, o Omoda 7 será posicionado um pouco acima do Jaecoo 7 em questão de preço, enquanto o Omoda 5 HEV será o carro mais barato da Omoda Jaecoo no país – ao menos temporariamente, até a chegada do Jaecoo 5 em 2026.
A fabricante fez questão de reforçar que o Omoda 5 HEV terá um preço que fará com que seja um dos híbridos mais acessíveis do país. No Salão de Xangai (China) realizado em abril, executivos disseram à QUATRO RODAS que custaria algo em torno de R$ 180.000, valor bem abaixo da maioria dos modelos do segmento.
A comparação, obviamente, é feita somente considerando os veículo com a tecnologia híbrida plena, com baterias maiores e que são capazes de rodar por mais tempo usando somente o motor elétrico, diferentemente dos modelos com o sistema híbrido leve (MHEV) usado por Fiat Pulse e Fastback, que usam somente um gerador no lugar do alternador e fornece uma pequena potência auxiliar por alguns segundos.
Desconsiderando os MHEVs, o híbrido mais barato da atualidade é o BYD King, com um sistema híbrido plug-in (PHEV) e que parte de R$ 179.990. Pensando somente nos HEVs, a opção mais acessível é o recém-lançado GAC GS4 Hybrid, por R$ 189.990. Se chegar por R$ 180.00, o Omoda 5 HEV já chegaria como o segundo híbrido mais barato do país e bastaria retirar R$ 1.000 do preço final para que ocupe a 1ª posição.
“Falta muito pouco para que seja o mais barato do Brasil, tudo depende do Trump e do Haddad para que a conta feche”, revela uma fonte durante o Festival Interlagos. A disputa entre Estados Unidos e China sobre tarifas ainda causa muitas incertezas e isso afeta não só a cotação do dólar, real e yuan, como o fornecimento de componentes.
No caso do governo brasileiro, existe muita expectativa e dúvida sobre a situação tributária. Ainda que a reforma tributária tenha sido aprovada, as mudanças só terão efeito em 2026. Além disso, também virá o Imposto Seletivo sobre diversos produtos e os aumentos sobre diversos outros impostos para evitar a elevação da alíquota do IOF. Há também uma espera pela publicação do chamado “IPI Verde”, com incentivos fiscais para veículos que poluam menos.
Existem outras incertezas no cenário nacional. A Anfavea, associação das fabricantes no Brasil, tem requisitado ao governo que descarte o cronograma original do aumento de impostos para carros híbridos e elétricos importados e aplique o valor máximo de 35% imediatamente. Até o momento, o pedido tem sido ignorado para manter a previsibilidade das montadoras que seriam afetadas, muitas delas já investindo em uma produção nacional. Pelo prazo atual, o imposto subirá novamente em julho, chegando a 30% para híbridos, 28% para híbridos plug-in e 25% para elétricos.
Todos estes fatores afetam a precificação do Omoda 5 HEV, que ainda chegará importado da China. A Omoda Jaecoo tem planos de produzir carros no Brasil e a previsão era anunciar a fábrica ainda em 2025. A fabricante tem negociado a retomada da fábrica em Jacareí (SP), controlada pela Caoa Chery e que atualmente está sem operar.
Como é o Omoda 5 HEV?
A Omoda Jaecoo criou o sistema híbrido pleno de olho no mercado global, onde a tecnologia é mais utilizada. O Omoda 5 reaproveita tudo o que tinha na versão com tecnologia MHEV (a que estava prevista para o Brasil e acabou cancelada), mantendo o motor 1.5 turbo, porém menos potente do que o usado pelo Caoa Chery Tiggo 5x. Ao invés de 157 cv, agora gera 143 cv, enquanto o torque cai de 23,1 kgfm para 21,9 kgfm. O propulsor não precisa mais entregar tanta força, pois a maior parte do movimento é feita pela unidade elétrica de 204 cv e 31,6 kgfm.
A forma como os dois funcionam é o que faz a diferença. Até 40 km/h, o Omoda 5 anda como um elétrico, usando somente a energia das baterias. De 40 a 70 km/h, o motor a combustão é ligado, porém servindo exclusivamente de gerador de energia para as baterias, trabalhando em um regime mais eficiente. Acima disso, o motor a combustão é conectado às rodas e trabalha junto com o elétrico.
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O Omoda 5 promete ser mais econômico do que o Corolla Cross, seu principal concorrente. O consumo médio divulgado pela fábrica é de 19,6 km/l. Ao longo do teste na China, o menor valor mostrado no computador de bordo foi de 17 km/l durante uma tocada mais esportiva. Tentando ser o mais econômico possível, o consumo chegou a 25 km/l.
Tem um porte semelhante ao Jeep Compass, com 4,44 metros de comprimento, com a diferença de ter um visual inspirado em cupês ao invés da carroceria mais quadrada esperada de um utilitário médio. Manterá as tecnologias vistas do Omoda 5 EV, como o painel de instrumentos digital, câmera 360°, teto solar e piloto automático adaptativo.
