Mais de 410 pessoas foram mortas por tiros do exército israelense enquanto tentavam chegar a locais de distribuição de ajuda humanitária Internacional, Ajuda humanitária, Faixa de Gaza, Gaza, Hamas, Israel CNN Brasil
O escritório de direitos humanos da ONU afirmou nesta terça-feira (24) que a “transformação de alimentos para civis em Gaza em armas” constitui um crime de guerra.
Essas são as declarações mais fortes do escritório até o momento sobre um novo modelo de distribuição de ajuda administrado por uma organização apoiada por Israel.
Mais de 410 pessoas foram mortas por tiros ou projéteis disparados pelo exército israelense enquanto tentavam chegar aos locais de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza desde que a organização começou a funcionar no final de maio, afirmou o porta-voz de direitos humanos da ONU, Thameen Al-Kheetan, a repórteres em uma coletiva de imprensa em Genebra.
O número de mortos foi informado por autoridades de saúde palestinas e outras fontes, incluindo organizações não governamentais, e está em processo de verificação por seu escritório, acrescentou.
“Pessoas desesperadas e famintas em Gaza continuam enfrentando a escolha desumana de morrer de fome ou correr o risco de serem mortas enquanto tentam obter comida”, comentou ele, descrevendo o sistema como “o mecanismo militarizado de assistência humanitária de Israel”.
“A transformação de alimentos para civis em armas, além de restringir ou impedir seu acesso a serviços essenciais, constitui um crime de guerra e, em certas circunstâncias, pode constituir elementos de outros crimes previstos no direito internacional.”
Questionado se Israel era culpado desse crime de guerra, ele respondeu: “A qualificação jurídica precisa ser feita por um tribunal.”
O país rejeita as acusações de crimes de guerra em Gaza e culpa os combatentes do Hamas pelos danos causados a civis por operarem entre eles.
Os combatentes do grupo negam a acusação.