Umbilicalmente ligadas, a operação Compliance Zero, da Polícia Federal, e a liquidação extrajudicial do Banco Master tem potencial de estremecer a curta semana política em Brasília.
Preso na segunda-feira (17/11), o presidente do Master, Daniel Vorcaro, e seus sócios/diretores, também presos, têm uma série de conexões no Congresso, principalmente com lideranças do Centrão (em especial do PP), mas também com segmentos do governo, embora contasse com a oposição ferrenha do Ministério da Fazenda.
A pasta comandada por Fernando Haddad queria há meses a liquidação da instituição de Vorcaro e era contra o negócio com o BRB, cujo presidente, Paulo Henrique Costa, também está sendo afastado da função.
A operação da PF visa combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional, algo que vinha sendo investigado há meses pelas autoridades do Banco Central e da PF.
Haddad disse ao chegar no ministério que tem certeza que “para ter chegado a esse ponto” da liquidação “todo o processo deve estar muito robusto” e evitou tecer comentários adicionais.
Com a liquidação extrajudicial também foi instalado um regime especial de administração temporária (Raet), com o BC designando Eduardo Felix Bianchini como responsável pela condução do processo de administração da instituição.
A notícia de que a Fictor Holding Financeira negociava a compra do Master foi vista nos bastidores como um movimento às pressas de Vorcaro, que foi preso, segundo a PF, tentando fugir para o exterior no aeroporto de Guarulhos.
Ainda é difícil prever para onde se direcionarão as repercussões políticas, até porque o modo sobrevivência é sempre ativado quando a polícia vai às ruas. Mas certamente vai afetar as movimentações de bastidores e até o xadrez eleitoral de 2026. A ver.

