Ex-deputada, que estava escondida há meses, saiu às ruas pela primeira vez em manifestação em Caracas
Este conteúdo foi originalmente publicado em Oposição da Venezuela denuncia prisão de María Corina Machado no site CNN Brasil. Internacional, Edmundo González, Maria Corina Machado, Nicolás Maduro, Venezuela CNN Brasil
A oposição da Venezuela denunciou nesta quinta-feira (9) que agentes governamentais dispararam contra a líder María Corina Machado na saída de uma manifestação em Caracas. À CNN, uma fonte da equipe de Machado afirmou ainda que ela foi detida.
“María Corina foi violentamente interceptada à sua saída da concentração em Chacao”, diz uma postagem da campanha opositora, referindo-se ao município caraquenho no qual a líder opositora participou do protesto e cumprimentou seguidores.
“Esperamos confirmar em minutos a situação. Agentes do regime dispararam contra as motos que a transportavam”, completa a publicação.
A ex-deputada, que estava escondida há meses, saiu às ruas pela primeira vez. Consultada pela reportagem antes do protesto, sua equipe afirmou não haver informação sobre a existência de algum mandado de prisão contra ela.
A equipe da opositora disse à CNN que pelo menos oito agentes de segurança estavam envolvidos no caso.
Entenda a crise na Venezuela
A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.
Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.
A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora que foi impedida de se candidatar.
O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral.
O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.
O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.
Diversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos.
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