Porta-voz do governo russo falou que o país está preocupado com acontecimentos recentes e estava pronto para mediar Internacional, Dmitry Peskov, Irã, Israel, Israel-Irã, Kremlin, Oriente Médio, Rússia CNN Brasil
O governo russo alertou nesta sexta-feira (20) que o Oriente Médio estava mergulhando em “um abismo de instabilidade e guerra” e afirmou que Moscou estava preocupada com os acontecimentos recentes. Também foi dito que o país estava pronta para mediar.
A Rússia instou os EUA a não atacarem o Irã e solicitou que uma solução diplomática para a crise em torno do programa nuclear de Teerã fosse encontrada.
Questionado nesta sexta-feira (20) se o Kremlin tinha algum limite em relação à situação, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou a repórteres que os países da região deveriam ter os próprios limites.
“A região está mergulhando em um abismo de instabilidade e guerra”, afirmou Peskov. “Esta guerra está repleta de (risco de) expansão geográfica e consequências imprevisíveis. Esta região está em nossas fronteiras. É potencialmente perigosa para nós e estamos preocupados.”
Embora a Rússia não faça fronteira com nenhum país do Oriente Médio, a região do Cáucaso do Norte faz fronteira com um cinturão de ex-repúblicas soviéticas que, por sua vez, fazem fronteira com o Irã e a Turquia.
Peskov declarou que Moscou observou, por enquanto, que Israel deseja continuar a ação militar contra o país, mas afirmou que a Rússia mantém linhas de comunicação abertas com Israel, os EUA e o Irã.
O porta-voz do Kremlin afirmou ser difícil prever se uma oferta de Putin para mediar a crise será aceita ou não, mas reiterou que Moscou é a favor do fim das hostilidades e de uma mudança para a diplomacia o mais rápido possível.
Usina nuclear do Irã possui funcionários russos
O chefe de energia nuclear da Rússia, Alexei Likhachev, falou que a situação na usina nuclear iraniana de Bushehr, onde centenas de especialistas russos trabalham, estava “normal” e sob controle.
O exército israelense afirmou, em determinado momento na quinta-feira (19), que havia atingido a instalação, construída pela Rússia, mas posteriormente afirmou que o comentário havia sido feito por engano.
Likhachev, chefe da empresa estatal de energia nuclear Rosatom, também falou na quinta-feira que qualquer ataque à usina poderia causar um desastre nuclear semelhante ao de Chernobyl.
Nesta sexta-feira (20), ele disse a repórteres em São Petersburgo: “Nós… esperamos muito que todos os nossos sinais de ontem tenham chegado à liderança israelense.”
O chefe da empresa afirmou que a Rússia tem pouco mais de 300 funcionários em Bushehr e uma presença total de cerca de 500 pessoas, incluindo familiares.