Frustração com medidas apresentadas fez dólar fechar acima de R$ 6 nesta segunda (2)
Este conteúdo foi originalmente publicado em Pacote fiscal ainda pesa no desempenho do mercado financeiro no site CNN Brasil. Macroeconomia, corte de gastos, Dólar, Ibovespa, Imposto de Renda, William Waack CNN Brasil
O pacote fiscal apresentado pelo ministro Fernando Haddad ainda não foi totalmente aceito por agentes econômicos.
A frustração com as medidas anunciadas pelo governo também pode acelerar o ritmo de alta nos juros na última reunião do Copom de 2024. A avaliação é que o estresse gerado pelo pacote influenciou as estimativas de inflação, que pressionam o Banco Central.
Nesta segunda-feira (2), o futuro presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, reforçou que a Selic pode seguir alta por mais tempo, buscando perseguir a meta de inflação. Fatores como um maior dinamismo na economia, acompanhado de alto consumo e uma desvalorização do real pesam nessa decisão.
Galípolo também disse que o BC só atua no câmbio em caso de disfuncionalidade e que a instituição não vai segurar o câmbio “no peito”.
“’Tem R$ 370 bilhões de reservas, por que não segura no peito?’ Quem tá no mercado e está assistindo sabe que não é assim que funciona. E, efetivamente, a gente vai continuar fazendo atuações só por questões de desfuncionalidade.”, afirmou o diretor de política monetária.
O dólar fechou acima dos seis reais pelo segundo dia seguido. A moeda dos Estados Unidos ficou em seis reais e seis centavos, alta de mais de 1%.
No mercado financeiro, o Ibovespa fechou o dia em queda, também refletindo o sentimento negativo sobre as contas do governo. Pesaram, também, as ameaças de Donald Trump de cobrar tarifas de 100% para os países do BRICS, pedindo para o bloco não apoiar uma moeda que substitua o dólar.
O secretário da Fazenda, Dario Durigan, avalia que a reação negativa dos investidores é parte do anúncio conjunto de isenção do imposto de renda e do corte de gastos. Segundo ele, a mudança na tabela do IR deve ficar somente para o ano que vem.
Esse prazo alivia, parcialmente, os ânimos de economistas, que seguem focados no desempenho das contas públicas para os próximos dois anos.
*com informações de João Nakamura, Vitória Queiroz e Reuters
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