“É como se a tragédia tivesse acontecido ontem”, declarou José Lopes, pai de Rykelmo, sobre decisão do Tribunal de Justiça Flamengo, CNN Esportes, Futebol brasileiro, ninho do urubu CNN Brasil
Pai de Rykelmo, uma das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu, José Lopes Viana desabafou após a recente decisão da Justiça sobre a tragédia ocorrida em fevereiro de 2019.
Na noite de terça-feira (21), o TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) decidiu absolver todos os acusados pelo incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, que tirou a vida de dez atletas das categorias de base do clube.
Em contato com a CNN Brasil, o pai do jovem rubro-negro, que tinha 16 anos, mostrou tristeza com a decisão do Tribunal e disse acreditar apenas na Justiça divina.
“Já faz um tempo, né? Tem muita gente que acha que isso aí acabou. Para eles já acabou, para mim não. Estou sentindo como se [a tragédia] tivesse acontecido ontem”, comentou.
“O que eu tenho que acreditar é só na Justiça de Deus, porque a Justiça dos homens falhou de novo”, completou José Lopes.
Acordo com Flamengo e homenagem
Em 2019, o Flamengo entrou em acordo de indenização com o representante paterno de Rykelmo. Seis anos depois, José Lopes diz que a negociação foi feita em um momento de dor por conta da perda do filho.
“Quando a gente fez aquele acordo, a gente estava fragilizado, sofrendo muito. Não estou discordando do acordo, mas foi feito em um momento muito frágil. Nem dava para pensar direito no que poderia ser feito. Mas a vida é assim. Vamos tocar a vida, e espero que a Justiça de Deus seja feita.”
Ainda segundo ele, o clube rubro-negro chegou a enviar materiais paras as famílias das vítimas e prometeu uma nova homenagem aos garotos do Ninho. Porém, o pai de Rykelmo prefere deixar o gesto de lado para não lidar novamente com as feridas da tragédia.
“Eles mandaram dez bolas oficiais, mandaram algumas camisas do Flamengo e estão lá em casa até hoje. Eu não sei o que fazer, disseram que ia ter homenagem a respeito disso. Hoje eu nem quero mais homenagem, será mais uma dor que vai ficar pior.”
