Confirmação das identidades ocorreu após trabalho conjunto da Polícia Científica e da Polícia Civil do estado; acidente deixou nove mortos em Quatro Barras, na Grande Curitiba Paraná, -agencia-cnn-, corpos, Explosão, Fábrica CNN Brasil
A Polícia Científica do Paraná concluiu, na tarde desta quinta-feira (21), a identificação dos corpos das vítimas da explosão da fábrica de materiais explosivos em Quatro Barras, na Grande Curitiba, no último dia 12 de agosto. O acidente no estabelecimento da Enaex Brasil deixou nove pessoas mortas.
A confirmação das identidades foi possível devido ao trabalho em conjunto da Polícia Científica, responsável pela identificação genética de vestígios, e da Polícia Civil, que realizou a papiloscopia na análise de impressões digitais.
A perícia resultou na coleta de aproximadamente mil vestígios, analisados detalhadamente pelos laboratórios das duas polícias. A identificação das vítimas seguiu rigorosamente o protocolo internacional de Disaster Victim Identification (DVI), reconhecido pela metodologia científica em situações de múltiplas fatalidades.
A operação envolveu cerca de 80 profissionais da Polícia Científica, que atuaram em diversas etapas simultâneas: enquanto equipes de antropologia trabalhavam no local da explosão, outros profissionais realizavam a separação das amostras biológicas e os laboratórios de genética concentraram-se exclusivamente neste caso. Para agilizar a identificação, os perfis genéticos dos familiares foram inseridos no sistema.
Diante da complexidade do cenário, os trabalhos exigiram coleta minuciosa de vestígios e a integração de diferentes equipes forenses, garantindo rigor técnico e celeridade no processo.
Leonel Letnar, chefe da Divisão Operacional da Polícia Científica do Paraná
A Enaex Brasil já havia divulgado o nome dos nove funcionários mortos na explosão. Veja quem eram:
- Camila de Almeida Pinheiro;
- Cleberson Arruda Correa;
- Eduardo Silveira de Paula;
- Francieli Gonçalves de Oliveira;
- Jessica Aparecida Alves Pires;
- Marcio Nascimento de Andrade;
- Pablo Correa dos Santos;
- Roberto dos Santos Kuhnen;
- Simeão Pires Machado;
A investigação da Polícia Civil sobre as causas da explosão segue em andamento por meio da Delegacia de Quatro Barras. Além disso, equipes especializadas prestam suporte psicológico e assistência às famílias das vítimas, que também foram recebidas em reunião para atualização das informações e orientações sobre os próximos passos.
A Enaex se solidarizou com familiares, amigos e colegas das pessoas que morreram no acidente.
“Expressamos nossas mais sinceras condolências às suas famílias, amigos e colegas de trabalho. Outras 07 pessoas tiveram ferimentos leves, foram atendidas imediatamente e já estão com seus familiares em suas residências. As investigações das causas do acidente estão em curso.
A Enaex Brasil permanece à disposição das autoridades a fim de contribuir para o esclarecimento do ocorrido. Agradecemos a compreensão de todos e solicitamos respeito à privacidade das famílias neste momento delicado. Novos comunicados serão publicados de forma ativa e transparente, conforme confirmações oficiais”, finalizou a companhia.
Imagens mostram estragos causados por explosão de fábrica em Curitiba
A explosão
A detonação ocorreu por volta das 6h15. A capitão do Corpo de Bombeiros do Paraná Luisiana Cavalca detalhou a ocorrência e afirmou que 11 pessoas estavam no local, sendo que duas conseguiram sair e não foram atingidas.
Segundo os bombeiros, a explosão próximo à rodovia BR-116 foi acidental. 10 viaturas foram deslocadas para o atendimento à ocorrência, que contou com 50 agentes no local.
Além da corporação, equipes da Polícia Militar e da Defesa Civil do estado estiveram no local para proteger a área danificada e atender as famílias prejudicadas pela onda de choque da explosão. O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, também esteve presente para acompanhar os trabalhos.
A corporação também informou que três pessoas, que estavam a 200 m da área do acidente, foram atendidas com lesões leves. No local do explosão restou somente uma cratera, sem mais nenhuma edificação.
Segundo os bombeiros, os corpos das vítimas ficaram “fragmentados” devido à força da detonação, o que exigiu o intenso trabalho de perícia para identificação.