O movimento acompanha os bons resultados do setor. Segundo a ABF, 84% das franquias de alimentação registraram crescimento no faturamento em 2024 e 91% tiveram lucro Agro CNN Brasil
Os programas de fidelidade se consolidaram como um dos principais motores de crescimento das redes de alimentação no Brasil em 2024. É o que mostram os dados da 14ª Pesquisa Anual Setorial de Foodservice da Associação Brasileira de Franchising (ABF) em parceria com a GALUNION, obtidas em primeira mão pela CNN.
O levantamento aponta que 86% das marcas consideram a estratégia essencial e 69% já operam com programas ativos, sendo que a maioria (68%) opta por modelos próprios. A aposta no vínculo direto com o consumidor aparece junto ao avanço de tecnologias de relacionamento: 91% das redes devem investir em marketing, fidelização e sistemas como CRM e menuboards digitais em 2025.
O movimento acompanha os bons resultados do setor. Segundo a ABF, 84% das franquias de alimentação registraram crescimento no faturamento em 2024 e 91% tiveram lucro. Em dois terços dos casos, o lucro foi superior a 10%, e em quase um terço, acima de 15%.
Além disso, a taxa de fechamento foi de apenas 5% em 2024. Os dados mostram que o franchising de alimentação demonstrou resiliência acima da média do setor. Apenas 3% das unidades passaram por repasse e, nos casos de encerramento, 51% envolveram de uma a três lojas, indicando uma movimentação pontual.
“O portfólio também se adapta às novas demandas do consumidor. Aqui, 51% planejam lançar produtos mais econômicos e 45% apostam em opções com apelo de saúde, evidenciando um mercado atento tanto ao cenário econômico quanto às preferências alimentares mais conscientes”, afirma Simone Galante, CEO da GALUNION.
Para ela, os programas de fidelidade reforçam esse esforço de aproximação. “As marcas querem mais recorrência e relacionamento, e por isso criam soluções próprias que valorizam a experiência individual do cliente”, pontua.
No ano passado, o setor teve alta de 15,6% no faturamento e crescimento de 3% no número de unidades. O tíquete médio chegou a R$ 63,53. A tendência de expansão em 2025 é marcada por lojas menores, cardápios mais simples e uso intensivo de dados para personalização da oferta.
Delivery ganha tração
A consolidação do delivery como canal estratégico também contribui para o fortalecimento da relação com o consumidor. De acordo com a pesquisa, 90% das redes já atuam com entregas e, dessas, 85% cobram taxa — sinal de amadurecimento do canal e controle mais rigoroso de custos.
O modelo de captação de pedidos é dividido entre plataformas terceirizadas, como iFood e Rappi, e sistemas híbridos, que combinam canais próprios com marketplaces.
“Isso mostra um amadurecimento do canal, com maior controle de custos e valorização do serviço”, afirma Bruno Gorodicht, coordenador da Comissão de Alimentação da ABF. Ele destaca que, mesmo sem ser a principal fonte de receita, o delivery já tem peso: em 58% das redes, representa até 15% do faturamento, e em 20% das marcas, esse percentual passa dos 30%.
Lojas mais enxutas e cardápios simples devem liderar expansão em 2025
Outro movimento que reforça a estratégia de fidelização e eficiência é a expansão com lojas menores e menus simplificados. Segundo a pesquisa, 52% das redes pretendem crescer com unidades de cardápio reduzido e 45% planejam abrir pontos em locais não tradicionais, como hospitais, universidades e terminais de transporte. A profissionalização também entra na pauta: 52% querem crescer com multifranqueados.
“A maior sofisticação e variedade da oferta culinária, com inovações e produtos sazonais, é outro movimento a ser observado”, observa Gorodicht. As ações previstas para 2025 incluem lançamentos de produtos por tempo limitado em 81% das marcas e itens mais baratos (51%) ou com apelo de saúde (45%).
