Relatório foi tornado público pelo STF nesta quarta-feira Política, ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), PF (Polícia Federal) CNN Brasil
A Polícia Federal (PF) constatou que dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que respondiam a processo administrativo disciplinar usaram do conhecimento que possuíam sobre o uso irregular do sistema de espionagem “First Mile” para fazer chantagem institucional e evitar serem demitidos.
Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Izycki respondiam a processo em razão de “graves infrações administrativas”, incluindo improbidade, conflito de interesses e violação do regime de dedicação exclusiva, por gerenciarem empresa privada em nome de familiares.
“Essa coação resultou em atos ilegais e de obstrução por parte da alta gestão da ABIN à época (ALEXANDRE RAMAGEM e CARLOS AFONSO), como a anulação indevida do PAD, a tentativa de “legalização” extemporânea do First Mile, e a concessão de licenças para tratar de interesses particulares”, diz relatório da polícia divulgado nesta quarta-feira (18).
A estratégia durou até o fim do governo passado. Em outubro de 2023, os dois servidores foram demitidos do serviço público.
Ambos chegaram a ser presos na Operação Última Milha. Na época, foram feitas buscas e apreensão na sede da Abin, que utilizou um sistema de espionagem israelense para monitorar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas e adversários do governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
O sistema utilizado pela Abin é capaz de localizar, com facilidade, pessoas através de aparelhos celulares.