Estrutura paralela, segundo a investigação, utilizou-se dos recursos da Abin para atender interesses particulares de ordem política Política CNN Brasil
Relatório da Polícia Federal (PF), divulgado nesta quarta-feira (18), chegou à conclusão de que o grupo que estava à frente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) atuava para obstruir investigações.
“O cenário apresentado culminou na ocorrência de atos de embaraçamento em prejuízo à presente investigação e aos próprios investigados, tornando-a ainda mais complexa”, diz.
Esta estrutura, segundo o documento, utilizou-se dos recursos da Agência para atender interesses particulares de ordem política, incluindo ações destinadas a influenciar o resultado das eleições presidenciais de 2022.
“Não bastasse, a permanência de parte dos principais responsáveis pelo uso do sistema First Mile em posições estratégicas do órgão, inclusive em postos de alto comando da atual gestão, resultou em um estado de coação para parte dos investigados e testemunhas”, completa.
A PF destaca as ações clandestinas desenvolvidas por este grupo isolado da atuação regular dos demais servidores da Abin, que não aderiram ou sequer tinham ciência dos objetivos do grupo infiltrado.
“E seguiram trabalhando em prol da produção e difusão de conhecimentos voltados para assessoramento do processo decisório e da ação governamental, de maneira que os fatos apurados, por mais graves que sejam, não devem ser utilizados para criminalizar a atividade de inteligência de Estado”.