Advogado afirmou que Anderson Torres desmontou denúncia “ponto a ponto” e diz esperar absolvição no julgamento retomado nesta terça (9) pela Primeira Turma do STF Política, Alexandre de Moraes, Anderson Torres, Jair Bolsonaro, Julgamento Bolsonaro, PGR (Procuradoria-Geral da República), STF (Supremo Tribunal Federal) CNN Brasil
O advogado Eumar Novacki, que representa o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, afirmou à CNN nesta segunda-feira (8) que espera a absolvição do cliente no julgamento do chamado “plano de golpe” que será retomado nesta terça (9) pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).
O processo envolve Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022.
A defesa classificou o caso como “histórico” e disse que “não se confunde com vingança, trata-se de justiça”. Segundo ele, a defesa desmontou “ponto a ponto” a denúncia do Ministério Público, que acusa Torres de conspirar e de se ausentar deliberadamente de Brasília para permitir os atos de 8 de janeiro.
“Ele [Alexandre de Moraes] deixou claro, se haver elementos que justifiquem uma inocência, haverá absolvição. Mas que todo julgamento será baseado nas provas do processo. Portanto, eu tenho sim a expectativa da absolvição de Anderson Torres, porque nós conseguimos desmontar toda a denúncia em relação a ele, ponto a ponto”, compartilhou à CNN.
O advogado também apresentou documentos que, segundo ele, comprovam que a passagem para Orlando (EUA) foi emitida em 21 de novembro de 2022, quando “sequer havia qualquer cogitação sobre os atos antidemocráticos”, e que a viagem havia sido informada ao governador Ibaneis Rocha.
Sobre a minuta de decreto golpista encontrada na casa de Torres, Eumar Novacki reiterou que o texto “jamais circulou” e que foi entregue junto a outros documentos ao então ministro, sem que ele tivesse dado importância.
“Desde o primeiro momento, nós sustentamos que essa minuta encontrada na casa do Anderson Torres vinha sendo distribuída e inclusive estava no Google”, disse. A defesa obteve perícia autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que, segundo Eumar Novacki, mostrou não se tratar do mesmo documento discutido com militares e não apresentar impressões digitais dos acusados.
O advogado destacou que, ao contrário do que diz a denúncia, Torres teria convocado reunião para desmobilizar acampamentos em frente a quartéis, apontados pela PGR como “coração do golpe”. Ele citou depoimentos de testemunhas e postagens feitas pelo ex-ministro em 8 de janeiro condenando os atos de vandalismo.
Questionado pela CNN sobre eventual condenação, Eumar Novacki disse que a estratégia recursal dependerá do resultado do julgamento, mas reforçou a confiança “na justiça brasileira” e no compromisso do STF de basear a decisão nas provas do processo. “Anderson Torres nunca fez parte de suposta trama golpista”, concluiu.
Veja datas e horários do julgamento nesta semana
- 9 de setembro, terça-feira, 9h às 12h;
- 9 de setembro, terça-feira, 14h às 19h;
- 10 de setembro, quarta-feira, 9h às 12h;
- 11 de setembro, quinta-feira, 9h às 12h;
- 11 de setembro, quinta-feira, 14h às 19h;
- 12 de setembro, sexta-feira, 9h às 12h;
- 12 de setembro, sexta-feira, 14h às 19h.
Quem são os réus do “núcleo 1”?
Além de Bolsonaro, fazem parte também do grupo tido como “crucial” na suposta trama golpista:
- Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República);
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022.
5 argumentos que se repetem nas alegações finais dos réus do núcleo 1
*Publicado por João Scavacin, da CNN