Pacote foi lançado com R$ 516,2 bilhões em recursos destinados à agricultura empresarial Macroeconomia, CNN Brasil Money, LCA, Plano Safra CNN Brasil
No Plano Safra 2025/2026, o Ministério da Agricultura e Pecuária prevê R$ 188,5 bilhões em recursos direcionados captados por meio de LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e de depósitos de poupança rural para potencial aquisição de CPR (Cédula do Produto Rural).
Na safra anterior, de 2024/2025, estavam previstos R$ 108 bilhões em recursos captados via LCA e CPR. Dados preliminares obtidos pela CNN mostram que até maio de 2025 foram adquiridos R$ 168 bilhões em títulos.
Com juros mais altos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a modalidade empresarial do Plano Safra 2025/2026 na última terça-feira (1º).
O pacote apresentado neste ano soma R$ 516,2 bilhões em recursos destinados à agricultura empresarial, um acréscimo de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior.
Tensão com setor
O Plano Safra 2025/2026 foi anunciado em meio a uma tensão com o setor produtivo, impulsionada, principalmente, pelo decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e por outras medidas arrecadatórias anunciadas que impactam diretamente o setor.
A tensão se intensificou após a edição de uma MP (medida provisória) que acaba com a isenção de Imposto de Renda sobre as LCAs. Com a medida, os títulos serão taxados em 5% a partir de 1° de janeiro de 2026.
A MP foi publicada como alternativa para compensar o recuo no decreto que havia elevado o IOF. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) se posicionou contra a medida. Em nota conjunta, o setor produtivo classificou a MP como “preocupante”.
Do total previsto no Plano Safra 2025/2026, R$ 414,7 bilhões serão destinados para as linhas de custeio e R$ 101,5 bilhões para investimentos.
Em relação aos recursos por beneficiário, R$ 69,1 bilhões serão com taxas controladas, direcionados para o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e R$ 447 bilhões aos demais produtores e cooperativas.
Na safra passada, R$ 65,2 bilhões foram destinados ao Pronamp e outros R$ 443,4 bilhões aos demais produtores e cooperativas.
Com a alta na taxa básica de juros, hoje em 15% ao ano, o governo se viu obrigado a encarecer o custo do crédito para a safra atual. Na divulgação do Plano anterior, a Selic estava em 10,5% ao ano.
Os juros subiram até 2 pontos em relação à edição anterior. No Pronamp, faixa destinada aos médios produtores, houve um aumento de 2 pontos percentuais, saindo de 8% na edição anterior para 10% na safra atual.