Antigamente, médicos e especialistas alertavam o perigo de deixar o carro exposto ao sol intenso por conta da emissão de benzeno e outros vapores tóxicos advindos dos materiais plásticos da cabine que podem fazer mal para o ser humano.
Isso ocorria principalmente em modelos novos, com o famoso “cheirinho de carro novo”. Há até uma matéria de Auto-Serviço de QUATRO RODAS que conta mais sobre o caso.
Na época, de acordo com o médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, um carro estacionado em um dia de sol forte com as janelas fechadas pode liberar até 4.000 mg de benzeno. Além do benzeno, substâncias como tolueno, acetona ou estireno também podem ser liberadas.
A exposição contínua a esse tipo de tóxico pode acarretar em dor de garganta, tontura, reações alérgicas e náuseas, disfunção hormonal, problemas na reprodução, danos ao fígado, rins e sistema nervoso central e, em casos extremos, até câncer.
No entanto, os carros atuais não passam mais por este tipo de problema, como afirmou o Doutor Marco Colosio, engenheiro, professor e especialista em Materiais da SAE Brasil, Sociedade dos Engenheiros Automotivos, em entrevista à QUATRO RODAS.
Segundo o especialista, atualmente as montadoras controlam este tipo de emissão, pois sabem dos efeitos prejudiciais a saúde e, além de tudo, há normas específicas o uso destas substâncias e suas emissões.
“Hoje tem muita diferença, alguns países já colocaram como zero de emissões, outros estão mudando isso. Mas a questão é o seguinte: o controle é feito para todos os produtos, normalmente são adesivos, mantas que evaporam esse solvente, isso vem da matéria-prima, mas o controle é muito bem feito, tanto que as empresas têm processos para eliminar quase por completo esse solvente”
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Os processos de construção de veículos ficaram mais rigorosos nos últimos anos, então há todo um cuidado e preparo por parte das montadoras para que essa emissão não ocorra mais.
O Dr. Marco também afirma que até pode haver alguma emissão de benzeno dentro de carros novos, mas ela é “totalmente controlada e está abaixo dos limites, não faz mal à saúde”. A tendência é acabar por vez a emissão desses tóxicos, a ponto de não precisar mais ser testado.
Em um dia de sol forte, a temperatura dentro de um veículo com as janelas fechadas pode ser superior às 100° C. Mas, segundo o especialista, isso é testado pelas próprias montadoras. Portanto, os carros estão preparados para suportar este nível de calor.
“O benzeno faz mal, isso é fato, mas ele não está nos veículos novos”, afirma Dr. Colosio.
Desmentindo fake news
Nos últimos dias, tem circulado em grupos do WhatsApp uma mensagem alertando as pessoas sobre os perigos do benzeno em carros estacionados.
Na mensagem, é informado que a toxina é liberada em carros expostos ao calor, até com as quantidades exatas da emissão, além das possíveis doenças que a inalação pode causar. Porém, como foi mostrado neste texto, é uma mentira.
Como dito pelo especialista Marco Colosio, pode até haver uma pequena emissão do tóxico nos veículos, mas ela é insignificante e não pode fazer mal para quem está dentro do carro.
E veículos antigos que não passavam por este controle de qualidade?
Essa questão foi respondida na matéria de Auto-Serviço pelo médico Dirceu Rodrigues citada no início desta matéria. Ao passar dos anos, a emissão destas toxinas diminui, não oferecendo riscos à saúde dos ocupantes.
