Policial Vinicius de Lima Britto é acusado de executar, com 11 tiros pelas costas, o jovem Gabriel Renan da Silva Soares, em um mercado da zona sul da capital; defesa do réu alega legítima defesa putativa São Paulo, -agencia-cnn-, PM (Polícia Militar), Tiro, Violência policial CNN Brasil
Acontece na manhã desta quinta-feira (9), a partir das 9h30, o julgamento do policial militar Vinicius de Lima Britto, acusado de executar o jovem negro Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, com tiros pelas costas. O caso ocorreu em 3 de novembro.
O réu foi preso em 6 de dezembro de 2024 e será julgado pelo tribunal do júri.
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Segundo a defesa do PM, composta pelos advogados Mauro Ribas, Renato Soares e Alexandre Guerreiro, eles irão trabalhar com a tese de legítima defesa putativa — quando o indivíduo percebe uma ameaça à própria integridade e, diante das circunstâncias, reage para se proteger de um possível risco iminente.
Relembre o caso
O crime aconteceu no mercado Oxxo, na Avenida Cupecê, zona Sul de São Paulo, em 3 de novembro de 2024. Após tentar furtar alguns produtos de limpeza da unidade, o jovem negro Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi morto com 11 tiros nas costas, pelo policial militar de folga Vinicius de Lima Britto.
Vinicius foi preso em 5 de dezembro, após autorização do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo). O agente foi conduzido ao Presídio Militar Romão Gomes, onde passou por audiência de custódia.
A versão inicial apresentada pelo PM era de que o jovem teria feito menção de estar armado, o que, na versão dele, justificaria os disparos. Um atendente do mercado corroborou essa narrativa, alegando que Gabriel teria dito: “Não mexe comigo, que estou armado, não quero nada do que é seu.”
Entretanto, imagens mostraram que o jovem, que havia acabado de furtar itens de limpeza, escorregou quando tentou sair correndo do mercado e que em nenhum momento fez menção de estar armado. No circuito também é possível concluir que não houve diálogo, e que o policial acertou a vítima pelas costas.
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Julgamento
O tribunal do júri, ou júri popular, é formado por um corpo de jurados que são pessoas comuns escolhidas para decidir sobre se o réu deve ser considerado culpado ou inocente. Esse tipo de julgamento é previsto em casos de crimes dolosos contra a vida, ou seja, quando houve intenção de matar.
O policial responde ao crime de homicídio qualificado. A pena para o crime é de 12 a 30 anos de reclusão.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo