Coronel da PM afirma que o policial cometeu erros ao abordar Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, que não oferecia risco iminente São Paulo, -transcricao-de-videos-, nacional, politica, Segurança Pública CNN Brasil
A Polícia Militar de São Paulo reconheceu um erro de procedimento que resultou na morte de Guilherme Dias Santos Ferreira, um jovem negro de 26 anos, em Parelheiros, zona Sul da capital paulista. O caso levanta questões sobre o uso da força policial e os protocolos de abordagem.
Em entrevista à CNN, o coronel Emerson Massera, chefe de Comunicação da PM de São Paulo, o policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida cometeu uma falha ao abordar o jovem. “O policial foi vítima de um crime, ele saiu cansado do trabalho, foi abordado por criminosos, uma situação bastante crítica, bastante tensa”, explicou Massera.
Reação desproporcional
Apesar de reconhecer o direito do policial de reagir para proteger sua própria vida, o coronel ressaltou que a reação deve ser proporcional. “No momento que o Guilherme passa correndo, a percepção é que ele não oferecia nenhum risco iminente ao policial. Ele estava do outro lado da rua, o policial acabou indo até ele, atirou, em princípio pelas costas”, detalhou.
Massera enfatizou que as orientações para os policiais são claras: “Ele sempre observe de onde vem o perigo e o perigo só pode vir das mãos, somente com as mãos alguém pode atingir o policial. E aparentemente não tinha nada nas mãos desse rapaz que trouxesse uma ameaça ao policial”.
Medidas administrativas
Como consequência dos erros de procedimento, o policial envolvido foi afastado de suas funções operacionais e permanecerá em atividades administrativas durante o curso das investigações. “Nós decidimos por afastar esse policial, ele é um policial que trabalhava na atividade operacional, nós afastamos e vai permanecer em atividades administrativas enquanto vai perdurar o inquérito policial, o eventual processo, sem prejuízo de outras medidas administrativas que vão ser adotadas no curso das investigações”, concluiu o coronel.
O caso reacende o debate sobre a necessidade de treinamento contínuo e revisão dos protocolos de abordagem policial, visando evitar tragédias como a morte de Guilherme, descrito como um jovem querido por todos e com um futuro promissor pela frente.
