Ação é a maior já realizada contra o tráfico na Região Serrana e bloqueia R$ 700 mil em bens da facção Rio de Janeiro, -agencia-cnn-, Comando Vermelho, Complexo da Maré CNN Brasil
O policial militar Bruno da Cruz Rosa, lotado no 20º BPM (Mesquita), e o assessor da Secretaria de Serviços da Prefeitura de Petrópolis, Robson Esteves de Oliveira, estão entre os 12 presos na segunda fase da Operação Asfixia, deflagrada nesta quinta-feira (02).
Segundo a Polícia Militar, a Corregedoria-Geral acompanhou o cumprimento do mandado contra Bruno Rosa. O agente será encaminhado à Unidade Prisional da SEPM, em Niterói, e responderá a processo administrativo disciplinar que avaliará sua permanência na corporação. A PM destacou que não compactua com desvios de conduta e reforçou a atuação no combate a crimes cometidos por seus integrantes.
No caso de Robson Esteves, a Prefeitura de Petrópolis informou em nota que tomou conhecimento da prisão e declarou não ter ciência de atividades ilícitas praticadas pelo servidor, que trabalhava há alguns anos na Secretaria de Serviços. Segundo as investigações, ele mantinha uma vida paralela alheia às funções exercidas no Executivo. Diante da gravidade dos fatos, o prefeito determinou sua imediata exoneração.
Ao todo são 18 mandados de prisão contra integrantes do CV (Comando Vermelho). A Justiça também determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 700 mil em bens da facção. A ação é conduzida pela 106ª DP (Itaipava) e pela Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), com apoio do Gaeco/MPRJ (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da CSI/MPRJ (Coordenadoria de Segurança e Inteligência).
Operação
Moradores do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, relataram tiroteios nas primeiras horas da manhã.
Na capital, a 18 escolas foram fechadas, sendo 16 municipais e 2 estaduais, por medida de segurança em razão da operação policial. Duas unidades de saúde também foram impactadas.
Cumprimento de mandados
O MPRJ informou que, no total, 56 pessoas foram denunciadas por associação para o tráfico de drogas e corrupção ativa. Segundo a denúncia, o PM Bruno Rosa atuava como informante do grupo criminoso, repassando informações sobre operações policiais e localização de viaturas em troca de pagamentos. Ele também teria ajudado na instalação de GPS em veículos da corporação para monitorar a movimentação de colegas de farda.
O grupo é apontado como sendo liderado por Wando da Silva Costa, conhecido como Macumbinha, responsável pela compra, transporte, armazenamento e venda de drogas na Região Serrana. Parte dos denunciados é formada por familiares dele, que atuavam na coleta de valores, na logística de distribuição de entorpecentes e no fornecimento de informações privilegiadas.
Os mandados, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Petrópolis, estão sendo cumpridos em diferentes localidades do município, incluindo Madame Machado, Nogueira (Águas Lindas e Calembe), Secretário e Araras (Santa Luzia, Vista Alegre e Poço dos Peixes), além do Morro da Provisória. Também há diligências no Complexo da Maré, na capital fluminense.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações identificaram o núcleo central da facção, comandado por Macumbinha e seus principais auxiliares, estaria instalado na Maré, de onde coordenava a logística do transporte de drogas para a Região Serrana.