Segundo as investigações, alvos da operação desta quarta-feira (18) movimentaram mais de R$ 2,5 bilhões com esquema ilegal Rio de Janeiro, -agencia-cnn-, cidade do rio de janeiro, Organização Criminosa, Polícia Civil, roubos CNN Brasil
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza uma operação, na manhã desta quarta-feira (18), contra uma rede criminosa de receptação e comércio clandestino de cabos e metais.
Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) cumprem 35 mandados de busca e apreensão em grandes recicladoras na capital, na Baixada Fluminense e na Região dos Lagos, além de endereços de sócios, operadores financeiros e estruturas paralelas de suporte logístico.
As investigações apontam que os alvos da operação “Caminhos de Cobre” movimentaram mais de R$ 2,5 bilhões por meio de pessoas e empresas interligadas, com indícios de atuação coordenada para lavagem de capitais e financiamento de estruturas ilícitas ligadas ao esquema ilegal.
A ação busca desarticular a estrutura econômica da quadrilha e apreender documentos, registros contábeis, mídias eletrônicas, celulares, veículos e bens relacionados ao crime.
“Atacamos toda a cadeia criminosa, desde o furtador até as grandes empresas que se beneficiam desses delitos. As ações incluem também o combate à lavagem de dinheiro, um trabalho fundamental para descapitalizar as quadrilhas e desmantelar o esquema criminoso”, destaca o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.
A investigação policial revelou que a “sofisticada rede criminosa” que utiliza a estrutura formal de empresas do ramo de reciclagem para dar aparência lícita a materiais furtados, especificamente cobre e cabos subterrâneos de concessionárias.
Segundo a polícia, parte das companhias investigadas estão regularmente registradas e em operação. Porém, as empresas, ao mesmo tempo, conciliam a atividade legal com a receptação de metais de procedência criminosa e inserção de recursos ilícitos no mercado formal.
Também foram identificadas empresas de fachada, criadas apenas para movimentações financeiras artificiais, com sinais de fracionamento de operações, ausência de funcionários e valores incompatíveis com os registros fiscais e contábeis declarados.
Veja um vídeo da operação desta quarta-feira:
Operação Caminhos de Cobre
A etapa inicial da seguda fase da ação, coordenada pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), foi realizada no último dia 24 de abril. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e 46 ordens de busca e apreensão.
Os mandados são cumpridos nas residências dos alvos, em sete ferros-velhos e em metalúrgicas nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A Justiça também pediu o bloqueio de R$ 200 milhões em contas bancárias e ativos financeiros, além do sequestro e indisponibilidade de bens e imóveis.
Segundo a polícia, o alvo é uma organização criminosa altamente estruturada, especializada no crime em grande escala contra concessionárias de serviços públicos. A quadrilha ainda pratica lavagem de dinheiro por meio de empresas reais e fictícias e contratos simulados.
Ao todo, 22 pessoas já foram denunciadas por envolvimento no esquema. As investigações revelaram um sofisticado esquema criminoso: a quadrilha furtava cabos de telecomunicações e energia elétrica e utilizava empresas de reciclagem, ligadas aos próprios líderes da organização, para recolher o material.
A quadrilha ainda lavava os lucros ilícitos por meio de transações bancárias fracionadas, aquisição de veículos de luxo, emissão de notas fiscais falsas e simulação de contratos com empresas reais.
A primeira fase da “Caminhos de Cobre” foi deflagrada em 2022, quando foi revelada a existência de uma cadeia estruturada de escoamento dos bens subtraídos, direcionando esforços para o rastreamento da receptação em ferros-velhos.