Sigla Reunião Nacional é acusada de fraude e financiamento de campanha Internacional, Europa, França, Marine Le Pen, Paris, ultradireita CNN Brasil
A polícia francesa invadiu a sede do partido de ultradireita Reunião Nacional (RN) de Marine Le Pen nesta quarta-feira (9) por supostas violações de financiamento de campanha e fraude, levando seu presidente, Jordan Bardella, a denunciar uma “nova campanha de assédio” contra a sigla.
A operação representa um novo golpe para o partido, após Le Pen ter sido condenada em março por desvio de fundos da União Europeia e impedida de concorrer nas eleições de 2027.
O RN se tornou o maior partido parlamentar da França, mas permanece tóxico para muitos devido ao seu histórico de antissemitismo e racismo.
Bardella divulgou a notícia da operação de quarta-feira contra o partido na rede social X.
“Desde as 8h50 desta manhã, a sede do Rally Nacional, incluindo os escritórios de seus líderes, foi alvo de uma operação policial conduzida por aproximadamente vinte policiais… acompanhados por dois juízes de instrução”, escreveu.
Depuis 8h50 ce matin, le siège du Rassemblement National – y compris les bureaux de ses dirigeants – font l’objet d’une perquisition menée par une vingtaine de policiers de la Brigade financière, armés et en gilets pare-balles, accompagnés de deux juges d’instruction.
Tous les…
— Jordan Bardella (@J_Bardella) July 9, 2025
O Ministério Público de Paris confirmou as buscas, que, segundo ele, estão relacionadas a uma investigação sobre uma pessoa não identificada, aberta na semana passada após diversas denúncias de fontes institucionais.
O MP também afirmou que buscas foram realizadas na sede do Reunião Nacional, bem como nas sedes de diversas empresas não identificadas e nas residências de executivos dessas empresas.
A investigação envolve atos que podem constituir fraude contra uma figura pública, empréstimos que excedem as normas de financiamento de campanha, empréstimos regulares feitos a um partido político e a aceitação deles, financiamentos regulares feitos a um candidato em campanha e a aceitação desses empréstimos pelo candidato, lavagem de dinheiro agravada, falsificação e uso de documentos falsos entre 2020 e 2024, informou o MP de Paris.
As supostas violações estavam relacionadas ao financiamento de campanhas durante as eleições presidenciais de 2022, legislativas de 2022 e europeias de 2024, informou o gabinete.
Nenhuma pessoa física ou jurídica foi indiciada na investigação, ainda em andamento, continuou.
Embora o outrora tabu Reunião Nacional tenha conseguido melhorar a própria reputação, ele luta para se livrar das acusações de irregularidades financeiras durante sua ascensão de marginal e briguento a um dos partidos mais poderosos da França.
Na terça-feira (8), em uma investigação separada, promotores financeiros da União Europeia disseram ter aberto uma investigação sobre o suposto uso indevido de 4,3 milhões de euros, cerca de R$ 27.475, pelo Identidade e Democracia, um extinto bloco de ultradireita do Parlamento Europeu que incluía o RN.
Le Pen busca anular sua condenação de março para poder concorrer às eleições de 2027, sua quarta tentativa de chegar a um cargo importante, mas Bardella disse que concorrerá se ela não puder.