Denúncia aponta que crime foi caracterizado como execução primária Rio Grande do Sul, -agencia-cnn- CNN Brasil
O TJRS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) tornou réu, nesta terça-feira (5), o policial militar que aparece em um vídeo atirando em um jovem de 19 anos durante uma abordagem, em Bom Jesus, nos Campos de Cima da Serra. Emerson Brião está preso preventivamente desde 10 de julho e vai responder por homicídio qualificado.
O Tribunal considerou haver elementos suficientes que apontam a existência do delito e a autoria imputada ao denunciado.
Conforme denúncia do MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), o crime, que ocorreu em 4 de março, foi cometido de forma consciente e com recurso que dificultou a defesa da vítima, caracterizando execução sumária.
O MPRS diz que Geovane Matias Maciel foi morto com disparos de arma de fogo efetuados por Brião, enquanto estava algemado e com os braços para trás. Os tiros atingiram a cabeça e o tórax da vítima, causando hemorragia interna.
A denúncia também pede indenização mínima equivalente a 50 salários-mínimos aos familiares de Geovane, como forma de reparação pelos danos causados.
A CNN tenta contato com a defesa do denunciado.
Relembre o caso
Geovane Matias Maciel, de 19 anos, era procurado pela polícia após “incendiar a casa da companheira, cometer furtos na sequência e enviar áudios contendo ameaças”. Os policiais militares, segundo o delegado, souberam que ele iria embarcar em um carro por aplicativo e, por isso, fizeram a abordagem.
De acordo com relato dos PMs à época, Geovane teria reagido com uma faca e, por isso, foi morto.
Contudo, em junho, um vídeo enviado de forma anônima ao Mistério Público mostra que o jovem estava algemado e imobilizado quando levou dois tiros. A perícia apontou que, ao todo, ele foi ferido por quatro disparos, sendo dois antes do início da gravação.
A Brigada Militar informou que afastou os outros policiais envolvidos no caso. Além disso, foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM).
