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Por que o talento de Fernanda Torres não é capaz de unir o país?

Última atualização: 6 de janeiro de 2025 16:06
Published 6 de janeiro de 2025
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Uma conquista como a de Fernanda Torres, premiada no último domingo (5) pelo Globo de Ouro como melhor atriz de filme dramático, seria em tempos passados capaz de unificar o Brasil em torno de uma celebração verdadeiramente nacional digna de Copa do Mundo.

No entanto, por mais que a merecidíssima vitória da atriz — que concorria com colegas do quilate de Angelina Jolie e Nicole Kidman — tenha sido celebrada amplamente nas redes sociais e na mídia comercial, cabe notar que ela pouco deve ressoar entre círculos mais à direita.

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Isso porque o filme Ainda estou aqui, obra pela qual Torres foi premiada, traz a história de uma família burguesa cujo patriarca ajudava exilados de esquerda e foi “desaparecido” pela ditadura militar de 1964. Sim, caro leitor: você não precisa concordar — tal como eu não concordo — com a caricatura imposta pelo bolsonarismo de que ser “comunista” é coisa de “rico” que quer deixar o povo “pobre” para manter o sistema funcionando para entender que tal narrativa ressoa entre parte considerável dos eleitores de baixa renda do país.

Torres encarna de forma pungente a matriarca da família Paiva, Eunice, que em 1971 vê sua casa de frente para o mar, no Leblon, ser invadida por militares que intimam seu marido, o ex-deputado federal pelo PTB getulista Rubens Paiva, a acompanhá-los para prestar depoimento.

Apenas em 1996 o Estado brasileiro reconheceu que Paiva morreu sob sua custódia, torturado. Eunice, que também chegou a ser presa pelos militares, carregou sem vitimismos o fardo de criar, sozinha, seus cinco filhos, sem jamais ter tido notícias do esposo.

O filme tem seu roteiro adaptado da obra homônima, escrita por Marcelo Rubens Paiva, um dos filhos do casal. Em Feliz ano velho, livro autobiográfico de Marcelo, há um capítulo intitulado “Do lado de cá dos trilhos”, em que ele contextualiza a origem abastada de sua família. Confesso que fiquei bastante incomodado com esse trecho em particular quando li o livro aos 14 anos, em 1998, como parte de uma atividade escolar.

Tendo origem nada elitista, entendi aquilo como uma série de lamúrias num país pouco dado a ouvir a dor daqueles que nasceram “do lado de lá dos trilhos” e são vítimas de chacinas, balas perdidas, racismo, saúde precária e demais males que acometem o andar de baixo brasileiro seja sob o autoritarismo, seja sob a democracia. No Brasil, parece que a dor das famílias de elite é retratada de modo desproporcionalmente maior quando têm seus direitos constitucionais violados pelo Estado.

Não se minimiza aqui a dor dos Paiva, tal como o então deputado federal Jair Bolsonaro fez ao cuspir no busto de Rubens na Câmara dos Deputados em 2014. Todavia, o alcance universal da história épica da família é limitado pela realidade brasileira em que a dor da ralé — para usar a classificação sociológica de Jessé Souza —não sai no jornal ou, quando sai, logo é esquecida.

O que os ditos progressistas não entendem é que o andar de baixo demanda a ponto de, em parte, ser simpático à extrema direita. Parte da resposta está em querer ser ouvido nos seus termos — e não salvo segundo o modelo daqueles mais ricos que buscam justiça social.

Essa demanda fica evidente neste texto publicado originalmente em 16 de janeiro de 2019 pela BBC Brasil, relatando como, nos anos 1960 e 1970, um Bolsonaro de origem humilde, então habitante de Eldorado, no Vale do Ribeira, em São Paulo, via a rica família Paiva, à época ainda comandada pelo Doutor Jaime, pai de Rubens e homem mais influente da cidade.

Recomendo que leiam o texto para entenderem o porquê de, mesmo com políticas antipovo, a extrema direita ser capaz de atrair a simpatia de uma parcela significativa dos mais pobres — em especial no Centro-Sul do país. É como se dissessem para as elites ilustradas: “Sempre estivemos aqui e nunca fomos ouvidos, exceto por outsiders que vocês, oligarcas e nepobabies dos mais diversos matizes, odeiam!”.

Bolsonaro — e mais recentemente Pablo Marçal — encarnou o papel do ressentido antissistêmico com maestria. São canastrões, mas capazes de derrotar os que ainda se dizem os verdadeiros atores da política e, portanto, da democracia que seguirá em transe enquanto as forças tradicionais ignorarem as demandas legítimas dos que se sentem à margem do sistema.

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