Empresa proprietária do site adulto se recusa a implementar verificação de idade obrigatória por lei francesa, levando à suspensão de seus serviços no país Tecnologia, -traducao-ia-, Pornhub, regulamentação digital CNN Brasil
O proprietário do Pornhub suspendeu o acesso ao seu site na França devido a objeções à nova lei francesa que exige que sites pornográficos verifiquem a idade de seus usuários, informou o regulador de comunicações do país na terça-feira.
A Arcom, órgão regulador, disse em comunicado que a empresa de entretenimento adulto Aylo optou por “esquivar-se da exigência de proteção a menores” prevista nas regulamentações digitais “ao suspender o acesso ao seu conteúdo na França, inclusive para adultos”.
Isso ocorre apesar das “numerosas soluções técnicas disponíveis no mercado que permitem verificar a idade dos usuários enquanto garantem a proteção de seus dados pessoais”, acrescentou o regulador.
A Aylo administra diversos sites pornográficos e pertence à firma canadense de private equity Ethical Capital Partners. A Reuters citou um porta-voz do Pornhub na terça-feira afirmando que a Aylo também suspendeu na França o acesso aos seus sites YouPorn e Redtube.
Em 2024, a França representava a segunda maior audiência diária do Pornhub, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo o site.
No ano passado, a França promulgou uma lei exigindo que sites pornográficos implementem tecnologia mais rigorosa de verificação de idade. Isso poderia incluir solicitar aos usuários que forneçam detalhes de cartão bancário, disse a Arcom em um documento de outubro detalhando aspectos da implementação da lei.
Segundo o jornal francês Le Monde, a Aylo argumentou anteriormente que a verificação de idade dos usuários deveria ser feita a partir do dispositivo — como smartphone ou computador — e, portanto, seria responsabilidade de empresas de tecnologia como Apple, Google e Microsoft, e não dos próprios sites pornográficos.
Nem a Aylo nem a Ethical Capital Partners responderam imediatamente ao pedido de comentário da CNN.
Aurore Bergé, ministra francesa da igualdade de gênero, disse em uma publicação no X na terça-feira que a decisão da Aylo significa que “haverá menos conteúdo violento, degradante e humilhante acessível a menores na França.”
“Pornhub, YouPorn e Redtube se recusam a cumprir nosso marco legal e decidem partir. Ótimo!” disse ela.
Regras mais rígidas
Nos Estados Unidos, 19 estados — onde vivem mais de um terço dos americanos — aprovaram nos últimos anos leis que exigem que sites pornográficos confirmem a idade do usuário verificando um documento de identidade oficial ou escaneando seu rosto, entre outros métodos.
As leis levaram alguns dos maiores sites adultos, incluindo o Pornhub, a bloquear usuários desses estados, em vez de pagar milhões por serviços de verificação de identidade.
E, na semana passada, a Comissão Europeia iniciou uma investigação sobre o Pornhub e outros três grandes sites adultos, acusando-os de não cumprir as regulamentações destinadas a proteger menores do acesso à pornografia.
O órgão executivo do bloco disse em comunicado na semana passada que está desenvolvendo um aplicativo de verificação de idade para permitir que as pessoas provem que têm mais de 18 anos sem revelar outras informações sobre si mesmas online.

