Governo tem sido acusado de não reprimir o antissemitismo no país nos últimos anos Internacional, Anthony Albanese, Ataque terrorista, Austrália, discurso de ódio CNN Brasil
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, prometeu nesta quinta-feira (18) reprimir discursos de ódio após o ataque terrorista a um evento judaico na praia de Bondi, em Sydney, durante o funeral de Matilda, de 10 anos, a mais jovem das 15 vítimas.
Abelhas de brinquedo amarelas adornaram o caixão da menina, lembrada como um “raio de sol” que amava animais e dança.
O nome do meio de Matilda era Bee (Abelha), o que inspirou as pessoas a usarem adesivos de abelha e a trazerem brinquedos e balões com o tema de abelhas, enquanto algumas pessoas usavam amarelo. A família da menina pediu à imprensa que não divulgasse seu sobrenome.
“O assassinato trágico, tão cruel e incompreensível da jovem Matilda é para todos nós como se nossa própria filha tivesse sido tirada de nós”, disse o rabino Yehoram Ulman.
Os supostos atiradores, pai e filho, abriram fogo enquanto centenas de pessoas celebravam o Hanukkah na famosa praia de Bondi, em Sydney, no domingo (14).
O ataque, que chocou o país e gerou temores sobre o aumento do antissemitismo, parece ter sido inspirado pelo Estado Islâmico, segundo as autoridades.
A fila do lado de fora do salão onde o funeral de Matilda foi realizado, nos subúrbios da zona leste de Sydney, se estendia pela rua. Muitas pessoas que não conseguiram entrar assistiram à cerimônia em um telão do lado de fora do prédio.
Algumas estavam revoltadas com o governo, alegando que ele não havia feito o suficiente para combater o aumento do antissemitismo desde o início da guerra na Faixa de Gaza.
Ações contra discurso de ódio
Albanese afirmou que o governo buscará introduzir legislação que facilite a punição de pessoas que promovem discurso de ódio e violência.
As penalidades serão aumentadas, o cancelamento ou a recusa de vistos será facilitado e um regime para atingir organizações cujos líderes se envolvem em discurso de ódio será desenvolvido, disse ele.
“Os australianos estão chocados e furiosos. Eu estou furioso. É evidente que precisamos fazer muito mais para combater esse flagelo maligno”, declarou o premiê em uma coletiva de imprensa anunciando as reformas.
O governo de Albanese afirmou ter denunciado consistentemente o antissemitismo nos últimos dois anos. Aprovou legislação para criminalizar o discurso de ódio e, em agosto, expulsou o embaixador iraniano após acusar Teerã de orquestrar dois ataques incendiários antissemitas nas cidades de Sydney e Melbourne.
Apesar disso, os casos antissemitas estão aumentando. Um jovem de 19 anos de Sydney foi acusado e comparecerá ao tribunal nesta quinta-feira (18), após supostamente ameaçar com violência uma pessoa judia em um voo de Bali para Sydney na quarta-feira (17).
“A polícia alega que o homem fez ameaças antissemitas e gestos com as mãos indicando violência contra a suposta vítima, que o homem sabia ser afiliada à comunidade judaica”, disse a Polícia Federal australiana nesta quinta-feira.

