Competição alcança participação recorde de treinadoras, mas homens ainda lideram em número Futebol, CNN Esportes, Futebol feminino, Futebol internacional CNN Brasil
De veteranas como Pia Sundhage e Sarina Wiegman à estreante internacional Rhian Wilkinson, a Eurocopa Feminina, que começa nesta quarta-feira (2) na Suíça, marca um ponto histórico na presença de mulheres no comando técnico de seleções.
Apesar de o futebol feminino ser uma das modalidades esportivas com melhor representação feminina, técnicos homens ainda são maioria: dos 16 times que disputam o torneio, nove são liderados por homens e sete por mulheres.
A participação de treinadoras, atualmente em 43,75%, representa um salto significativo em relação à edição de 2013, quando apenas 18,75% das equipes eram comandadas por mulheres. Em 2017, o número quase dobrou e permaneceu estável em 2022, com 37,5%.
“Está claro que há progresso — lento, mas constante”, avaliou a Female Coaching Network. “Claro que ainda há um longo caminho pela frente. Mudanças levam tempo”.
O desempenho esportivo não tem sido obstáculo: entre 2000 e a Copa do Mundo Feminina de 2023, todas as grandes competições internacionais, exceto uma, foram conquistadas por seleções treinadas por mulheres. A única exceção foi o japonês Norio Sasaki, campeão mundial em 2011.
Sarina Wiegman, que comandou a Inglaterra até sua primeira final de Copa do Mundo no ano passado — perdida para a Espanha —, foi a única mulher a chegar tão longe no torneio disputado na Austrália.
O Mundial também ficou marcado pelo caso de Luis Rubiales, presidente da federação espanhola, destituído do cargo e condenado por agressão sexual após beijar a jogadora Jenni Hermoso na cerimônia de premiação. O episódio gerou protestos massivos e debate público sobre assédio no esporte.
Na Euro 2025, Pia Sundhage é a treinadora mais experiente, com passagens pela seleção dos Estados Unidos e da Suécia (cinco anos em cada), pelo Brasil (quatro anos) e agora pela anfitriã Suíça. Entre seus principais feitos, está a conquista de dois ouros olímpicos com os EUA, em 2008 e 2012.
Além de Wilkinson, que dirige o País de Gales em sua estreia em grandes torneios, outras três treinadoras também fazem seu primeiro trabalho em uma competição de elite: Elisabet Gunnarsdottir (Bélgica), Nina Patalon (Polônia) e Gemma Grainger (Noruega).
Fora do futebol, a presença feminina na área técnica permanece desigual. Nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, apenas 13% dos treinadores eram mulheres, praticamente o mesmo índice registrado em Tóquio, em 2020.
O basquete feminino teve a maior representatividade, com 50% de treinadoras, seguido pelo futebol (33%) e pelo hóquei (16%). Os piores índices foram observados no atletismo (13%), no rugby sevens feminino (8%) e no golfe feminino (6%).
(Reportagem de Lori Ewing em Zurique, edição de Clare Fallon)