Ekrem Imamoglu está preso desde março e aguarda julgamento por supostamente chefiar grupo criminoso e insultar integrante do Ministério Público Internacional, Ekrem İmamoğlu, Istambul, Prisão, Turquia CNN Brasil
Um promotor turco pediu uma pena superior a 2.000 anos de prisão para Ekrem Imamoglu, prefeito de Istambul e opositor do presidente do país. Atualmente, Imamoglu está preso.
Ele foi acusado de liderar uma vasta rede de corrupção que custou bilhões de liras ao Estado, segundo a agência de notícias Reuters.
Principal rival político do presidente Recep Tayyip Erdogan, Imamoglu já havia negado todas as acusações, alegando que elas têm motivação política. Seu partido também rejeitou nesta terça-feira (11) as últimas acusações, classificando-as como “absurdas”.
Em outra ação, o promotor de Istambul pediu a um tribunal superior que considerasse o fechamento do principal partido de oposição de Imamoglu, o CHP (Partido Republicano do Povo).
O promotor-chefe de Istambul, Akin Gurlek, anunciou a acusação em uma coletiva de imprensa, afirmando que ela nomeia 402 suspeitos, incluindo o prefeito, e os acusa de formação de organização criminosa, suborno, fraude e manipulação de licitações.
Gurlek afirmou que a rede causou prejuízos de 160 bilhões de liras ao Estado turco ao longo de um período de 10 anos.
A acusação, com mais de 4.000 páginas, inclui um organograma que retrata Imamoglu como fundador e chefe do grupo criminoso.
Além disso, o documento cita conclusões do Conselho de Investigação de Crimes Financeiros, análises de especialistas e provas digitais e em vídeo, e alega que vários empresários foram coagidos a pagar subornos por meio de um fundo secreto que operava dentro da prefeitura.
A Reuters não conseguiu verificar de forma independente as alegações além do conteúdo da acusação.
Oposição denuncia motivação política
Ozgur Celik, chefe do CHP (Partido Republicano do Povo) em Istambul, disse à emissora X que a acusação era “absurda” e “vergonhosa”, acrescentando que visava destruir as esperanças de Imamoglu de se tornar presidente da Turquia.
A prefeitura de Istambul e os advogados de Imamoglu não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
Em sua notificação ao Tribunal de Cassação, solicitando o encerramento do partido, a Procuradoria-Geral alegou que o CHP era financiado por meio de fundos ilícitos e que suas transações constituíam “atos proibidos”.
Imamoglu está preso desde março, aguardando julgamento. Ele recebeu uma sentença de prisão separada em julho por insultar e ameaçar o promotor-geral da cidade, veredicto do qual está recorrendo.
O governo nega a alegação de Imamoglu e do CHP de que o processo contra ele tem motivação política e afirma que os tribunais da Turquia são independentes.

