Brics fala em expandir ainda mais o grupo, que já dobrou de tamanho; Brasil vai atrás de investimentos na China
Este conteúdo foi originalmente publicado em Protecionismo de Trump aumenta aproximação entre países do Sul Global no site CNN Brasil. Internacional, BRICS, China, William Waack CNN Brasil
Na quarta-feira (30), o governo brasileiro concluiu a segunda viagem oficial à China em poucos dias. No último dia, a comitiva liderada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, cumpriu uma série de compromissos em Xangai. Entre eles, uma reunião com a presidente do Banco de Desenvolvimento dos Brics, Dilma Roussef.
Rui Costa também se encontrou com executivos da Spacesail, empresa chinesa de internet via satélite. Na pauta, investimentos em energia renovável e o desenvolvimento de tecnologia aeroespacial no Brasil.
“Teremos anúncios novos de investimentos, de parcerias entre empresas brasileiras e empresas chinesas para produzir no Brasil e desenvolver tecnologia”, disse o ministro nas redes sociais.
Na semana passada, o titular da pasta de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também esteve no gigante asiático. Entre os compromissos, uma visita à montadora BYD em Shenzen. Foram discutidos mais investimentos em carros elétricos e em baterias de estabilização do sistema interligado nacional, que conecta grande parte da rede elétrica brasileira.
A aproximação entre os dois países é reflexo da guerra tarifária de Donald Trump, que também impulsionou a busca pela expansão dos Brics. O grupo tem hoje dez países como membros plenos além de outros oito, com status menor, na qualidade de parceiros.
“Entendemos que os países parceiros serão candidatos prioritários à adesão plena. Não tenho dúvidas de que o processo de expansão será retomado muito em breve”, disse o chanceler russo, Sergei Lavrov nesta terça-feira (29) durante encontro dos ministros das Relações Exteriores do Brics, realizado no Rio de Janeiro.
Durante o evento, Lavrov ressaltou que os Bancos Centrais seguem com a tarefa de buscar meios independentes de pagamentos e que 65% das negociações dentro do Brics já acontecem em moedas locais.
A aliança de nações emergentes busca a independência do dólar, tentando se impor como uma força do multilateralismo frente ao protecionismo de Donald Trump, sob a bandeira de uma nova governança mundial.
“Não como um bloco de confronto, mas como uma coalizão de cooperação. devemos liderar pelo exemplo, reafirmando nossa crença em um mundo multipolar, onde a segurança é privilégio de poucos, mas um direito de todos”, disse o chanceler brasileiro Mauro Vieira.
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