Em entrevista à CNN, o Dr. Daniel Martins de Barros explicou que timidez não é indicativo de condição médica Saúde, -transcricao-de-videos-, Psiquiatria, Saúde mental CNN Brasil
A sociedade contemporânea frequentemente confunde características naturais da personalidade com condições que necessitam de tratamento médico, especialmente quando se trata de introversão e timidez. Esta é a análise do psiquiatra Daniel Martins de Barros, que abordou questões cruciais sobre saúde mental em entrevista à CNN.
O especialista destaca que existe uma tendência cultural de rotular pessoas introvertidas como indivíduos que precisam de tratamento, especialmente em sociedades ocidentais onde a extroversão é mais valorizada.
“Às vezes a pessoa é muito tímida e ficam dizendo que precisa se tratar. Não, é só tímida”, explicou Barros.
Diferenças culturais
O psiquiatra ressalta o contraste entre culturas ocidentais e orientais na forma de lidar com a introversão.
Enquanto no Ocidente há uma pressão para que introvertidos se tornem mais comunicativos e sociáveis, em algumas sociedades orientais a introversão é vista com naturalidade, chegando ao ponto de pais se desculparem pelo comportamento extrovertido de seus filhos.
A natureza do sofrimento
Barros também aborda a relação entre sofrimento e doença mental. Segundo ele, é natural que seres humanos e até mesmo outros seres vivos busquem evitar o sofrimento. No entanto, nem todo sofrimento emocional deve ser considerado patológico ou requer medicação.
O especialista enfatiza que, embora existam situações em que medicamentos são necessários e benéficos, é importante não confundir reações normais a perdas ou características particulares de personalidade com condições que demandam tratamento médico. “Não tem nada contra você tomar um remédio para dor de cabeça. O maior problema é a gente confundir”, pontua.

