Documento que pede a cassação do mandato do deputado federal diz que ele praticou “atos com repercussão internacional que atacam diretamente o Supremo e a soberania brasileira” Política, Eduardo Bolsonaro, Hugo Motta, Lindbergh Farias CNN Brasil
Ao pedir a cassação do mandato do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à Mesa Diretora da Câmara, o PT argumentou que a campanha financeira de doações via Pix feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) serve para financiar o seu filho enquanto ele está nos Estados Unidos. As informações são da analista de política da CNN Julliana Lopes.
No documento, assinado pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), é mencionado que “há fortes indícios de que se beneficiou, direta ou indiretamente, de recursos arrecadados sob finalidade distinta (campanha de Pix organizada por Jair Bolsonaro) para financiar uma estrutura externa de ataque ao sistema de justiça brasileiro”.
Em março, Bolsonaro afirmou que após divulgar seu Pix durante participação no podcast “Inteligência LTDA”, recebeu R$ 140 mil de seus apoiadores.
Lindbergh ainda acrescentou falando que Eduardo “praticou atos com repercussão internacional que atacam diretamente o Supremo Tribunal Federal e a soberania brasileira, ferindo o núcleo ético da função legislativa”.
Além disso, o pedido reúne diversos elementos sobre a conduta do deputado. Outro ponto levando pelo PT foi o abuso “da prerrogativa de representação política”, quando Eduardo “conspirou” com autoridades estrangeiras contra instituições brasileiras.
Eduardo Bolsonaro pediu licença de 122 dias do mandato no mês de março. Segundo o parlamentar, o afastamento serve para ficar nos Estados Unidos e “buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”.
O deputado alega que Bolsonaro, alvo de denúncia da PGR, tem sido perseguido no Brasil, assim como os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Nos últimos meses, Eduardo Bolsonaro tem se aproximado de autoridades dos EUA e criticado supostos “abusos” do Judiciário brasileiro.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na última segunda-feira (26) a abertura de um inquérito contra Eduardo Bolsonaro por supostamente atuar nos Estados Unidos contra o Judiciário brasileiro.
A CNN entrou em contato com Eduardo Bolsonaro e aguarda posicionamento.
